Agência Panafricana de Notícias

Líder da oposição em Cabo Verde defende preservação das relações com Guiné-Bissau

Praia, Cabo Verde (PANA) – O presidente do Movimento para a Democracia (MpD), principal partido da oposição em Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, defendeu esta quarta-feira, na cidade da Praia, que as relações com a Guiné-Bissau devem ser preservadas, mesmo na situação em que esse país se encontra, apurou a PANA na capital cabo-verdiana de fonte partidária.

Ulisses Correia e Silva disse acreditar que, mais tarde ou mais cedo, a situação por que está a passar a Guiné-Bissau “será ultrapassada”, pelo que, segundo ele, as relações entre os dois estados devem continuar a prevalecer.

O líder do MpD, eleito para o cargo em julho último, destacou o fato de os dois países terem “histórias comuns”, além das relações “culturais e de proximidade” que unem os respetivos povos.

Contudo, Ulisses Correia e Silva considera necessário haver todo um esforço no sentido de se criar condições para que haja normalidade da situação “democrática e institucional” na Guiné-Bissau.

Até lá, defendeu, “as portas devem ficar abertas para que depois se possa retomar na normalidade as relações entre os dois países”.

O líder do partido que estava no poder de 1991 a 2001 depois da abertura política em Cabo Verde, considera também que o arquipélago cabo-verdiano poderá dar a sua contribuição com vista à normalização da situação no país vizinho, mas, para isso, disse, “é preciso que todas as partes manifestem este desejo”.

“Se a Guiné-Bissau e a comunidade internacional entenderem que Cabo Verde pode desempenhar um papel relevante na normalização da situação, acho que o nosso país não irá fugir desta responsabilidade”, precisou.

Este pronunciamento do líder da oposição na sequência do recente episódio relacionado com a detenção naquele país, durante 18 dias, de dois agentes do Serviço de Fronteiras e Emigração da Polícia Nacional, acontece um dia depois do ex-Presidente da Republica, Pedro Pires, ter advogado que o Governo não deve romper contactos com as atuais autoridades da Guiné-Bissau.

-0- PANA CS/DD 28ago2013