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Líbia recupera investimentos em São Tomé e Príncipe

São Tomé, São Tomé e Príncipe (PANA) - A Líbia pretende recuperar parte de um financiamento investido em São Tomé e Príncipe num projeto agroindustrial avaliado em 4,8 milhões de euros, soube a PANA em São Tomé quarta-feira de fontes seguras.

Dois dignatários do Governo líbio estão no arquipélago para negociar a venda de uma fábrica de produção de água mineral construída de raiz há dois anos com equipamentos novos situada nos arredores de Monte Café, uma antiga empresa agrícola que dista cerca de 20 quilómetros da capital santomense.

A montagem das máquinas visando o início do funcionamento da fábrica ficou bloqueada com a queda do regime de Muamar Kadafi.

“Este investimento está cá há cerca de dois anos e está parado. Para que isto não esteja como se fosse um elefante branco eis a razão por que está sendo leiloado de forma a pôr isto a funcionar, dando emprego às pessoas” declarou Américo Neto, coordenador dos projetos líbios em São Tomé e Príncipe através de uma companhia líbia.

Segundo ele, quem comprar o empreendimento apenas terá que adquirir um gerador de energia de 120 kilowatts e contratar técnicos para montar as máquinas.

A par deste financiamento, a Líbia investiu 2,5 milhões de euros no setor da agricultura na antiga empresa Monte Café com a replantação de 426 mil cafezeiros e a recuperação das antigas tecnologias de tratamento e secagem de café e de cacau.

Em São Tomé Príncipe, a Líbia previa ainda a construção de um hotel de cinco estrelas no centro da cidade de São Tomé.

“Estes investimentos foram todos por água baixo porque estamos parados há cerca de um ano e este ano seria o do início da grande produção porque plantamos cafezeiros há quatro anos e devemos colher agora”, explicou.

O projeto contemplava igualmente a construção de uma mini-fábrica de chocolate que seria abastecida por uma que roça de produção de cacau.

Localizada numa zona bastante acidentada no distrito de Mezochi, um dos mais populosos de São Tomé, Monte Café é um das roças mais antigas do arquipélago que foi fundada em 1858.

A roça de Monte Café está implantada a 670 metros de altitude em terrenos bastantes propícios para a cultura de café arábica e de cacau.

O futuro da roça está entregue ao Governo santomense, que deverá rescindir o contrato de exploração e encontrar um novo proprietário para decidir o que fazer com a empresa.

-0- PANA RMG/TON 19Março2014