Agência Panafricana de Notícias

Junta promete cooperar com inquérito sobre massacre de Conakry

Conakry- Guiné-Conakry (PANA) -- O chefe da Junta militar conakry- guineense, capitão Moussa Dadis Camara, declarou numa mensagem radiodifundida, segunda-feira à noite, estar disposto a colocar todos os meios e a sua própria pessoa ao serviço da comissão de inquérito criada pelas Nações Unidas para esclarecer a repressão sangrenta da manifestação popular, a 28 de Setembro último, em Conakry.
O líder da Junta disse deplorar a morte de pessoas inocentes durante a manifestação organizada pelas Forças Vivas, no Estádio 28 de Setembro, em Conakry, para denunciar a sua eventual candidatura às eleições presidenciais de Janeiro próximo.
Dadis Camara acusou os organizadores da manifestação de se terem engajado numa confrontação para dividir os Conakry-Guineenses.
"O sangue conakry-guineense derramou.
Esta tragédia é inaceitável e estes factos não podem continuar impunes (.
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) A comissão nacional de inquérito não contrariará a designada pelas Nações Unidas que saudei e à qual pedi que eu fosse o primeiro a ser ouvido", sublinhou.
Segundo ele, as conclusões do inquérito nacional serão transmitidas à Justiça com vista a condenar os culpados de todos os lados, "sobretudo que a manifestação não foi autorizada".
"As famílias das pessoas mortas serão indemnizadas", prometeu o autoproclamado Presidente, antes de convidar a Organização Internacional da Francofonia (OIF), as Nações Unidas e a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) a delegar observadores da sua escolha para assistir aos inquéritos.
O massacre de 28 de Setembro fez, segundo as Nações Unidas, mais de 150 mortos, ao passo que um balanço do Governo conakry-guineense dá conta de 56 pessoas mortas "na sequência dos empurrões".
O medianeiro da CEDEAO, o Presidente burkinabe Blaise Compaoré, recebe, esta terça-feira, em Ouagadougou, uma delegação das Forças Vivas da Guiné-Conakry que levantam como condição prévia a qualquer diálogo a demissão da Junta militar que tomou o poder a 23 de Dezembro último na sequência da morte do Presidente Lansana Conté.