Agência Panafricana de Notícias

Judeus etíopes fazem greve de fome para se deslocar a Israel

Addis Abeba, Etiópia (PANA) – Cerca de dois mil 500 judeus etíopes iniciaram uma greve de fome segunda-feira para obrigar Israel a transportá-los para o sítio que eles consideram como a Terra Prometida.

Os manifestantes afirmaram que isto de permanecer na Etíopia os submetem a sofrimentos indizíveis.

"Vamos prosseguir com a nossa greve da fome até que eles reajam de forma positiva", declarou um dos coordenadores do movimento.

As condições de vida dos membros desta comunidade são desumanas e muitos deles morreram de doenças transmissíveis, segundo observadores.

O Governo israelita sempre ignorou os seus apelos repetidos desde que se instalaram em Addis Abeba, provenientes da sua terra natal de Gondar, a 700 quilómetros ao norte da capital.

Seis mil judeus etíopes (Felasha-Muras) passaram cerca de uma década perto da Embaixada de Israel em Addis Abeba, com a esperança de beneficiar das disposições prometidas por Israel para viajar facilmente.

Em Novembro último, o Governo israelita aprovou um projeto de lei para mandar vir a Israel os últimos oito mil judeus etiopes.

Os judeus etiopes em Israel são vítimas de isolamento e de racismo, mesmo se o Governo israelita pretende trabalhar para a sua integração.

Segundo a Embaixada de Israel em Addis Abeba, cerca de 120 mil imigrantes etíopes vivem em Israel e formam 1,53 porcento da população.

Deste número, quatro mil 500 têm diplomas universitários, mas apenas 782 membros da comunidade são empregados como funcionários e representam apenas 1,4 porcento dos 61 mil membros da Função Pública em Israel.

-0- PANA OR/SEG/FJG/JSG/IBA/FK/DD 28Dez2010