Agência Panafricana de Notícias

Jovens mulheres participam pouco em atividades políticas na África Ocidental francófona, diz estudo

Dakar, Senegal (PANA) - A representação das jovens mulheres nas instâncias políticas na África Ocidental francófona é muito fraca, indica um estudo levado a cabo conjuntamente pelo Centro de Pesquisa sobre as Políticas Sociais (CREPOS) e pela associação Afriques Créatives (Áfricas Criativas) e divulgada quinta-feira última em Dakar.

Iniciado em janeiro de 2011, o estudo foi efetuado em quatro países da sub-região oeste-africana, designadamente Senegal, Burkina Faso, Mali e Togo.

No Senegal, ele realizou-se em zonas como Dakar, a capital do país, Saint-Louis (norte), Matam, Kolda e Ziguinchor (sul), Kaffrine, Fatick e Thiès (centro) .

O objetivo deste empreendimento é compreender a natureza, as formas, os obstáculos e as perspetivas da participação citadina das jovens mulheres da África Ocidental francófona e a sua contribuição para a mudança, a diversos níveis das instâncias de decisão, institucionais ou não, comunitárias locais, nacionais, regionais e globais.

Segundo um dos relatores, Marie-Solange Ndione, as pesquisas levadas a cabo revelaram que o lugar das jovens mulheres de 18 a 35 anos de idade nas instâncias políticas sempre foi insignificante e invisível, pois elas permaneceram presas do sistema patriacal que instituiu uma nítida separação entre os papeis masculinos e femininos, deixando as mulheres à margem do poder.

Na África Ocidental francófona, as mulheres representam quantitativamente menos de 20 porcento dos decisores políticos,em todas as esferas, nomeadamente no seio do governo, do Parlamento, de partidos, de sindicatos, de organizações políticas, indica o estudo.

A estes factos, juntam-se, de acordo com a análise dos resultados deste estudo, numerosos obstáculos que limitam ainda a participação das jovens mulheres a nível destas instâncias, nomeadamente o baixo nível de instrução e de escolarização, a sua idade, os conflitos de interesses, preconceito e constrangimentos sociais, a rivalidade entre mulheres.

Para uma boa participação das mulher4es em atividades políticas, Elhadj Oumar Diop, encarregue dos Estudos na Faculdade das Ciências Jurídicas e Políticas da Université Cheikh Anta Diop (UCAD) de Dakar, recomenda o reforço da formação política e a liderança das mulheres, o desenvolvimento dos programas destinados prioritariamente às mulheres, o desenvilvoento de abordagens diferentes, a sensibilização das mulheres e dos homens e a promoção da igualdade dos sexos.

Segundo ele, a questão da participação das jovens mulheres na política em África deve ser uma problemática nacional para ajudar ums e outros a tomar consciência da necessidade de sensibilizar as jovens mulheres a adquirir um conhecimento aperfeiçoado dos mecanismos do Estado, da mecânica institucional a fim de facilitar a sua tomada de decisão política.

A igualdade dos sexos no exercício do poder é um desafio maior em África, estimou Diop.

-0- PANA COU/JSG/IBA/CJB/DD 16dez2011