Agência Panafricana de Notícias

Jovens manifestam-se contra corrupção e impunidade em São Tomé e Príncipe

São Tomé, São Tomé e Príncipe (PANA) - Uma marcha de protesto contra a impunidade e a corrupção realizou-se quinta-feira em São Tomé sob a égide de um grupo de jovens designados "STP Indignados", constatou a PANA no local.

Sob o lema "Tolerância Zero à Impunidade", os manifestantes marcharam lentamente nas ruas da capital do arquipélago santomense, denunciando a má governação pelo Executivo do primeiro-ministro Gabriel Costa.

"Arroz não está bom. Não se pode comer. Não estamos aqui por termos recebido ordens de ninguém. O que não é bom não presta para as pessoas comerem", desabafou uma manifestante indignada.

A marcha pacífica foi convocada pelo jovens "STP Indignados", há três semanas, no arquipélago santomense.

Sob o controlo de um forte dispositivo policial, jovens e mulheres cantavam e ostentavam panfletos onde expressam o desejo de "Um São Tomé e Príncipe melhor para todos".

Exigem ainda, entre outras coisas, a liberdade de expressão e de opinião, a oportunidade de emprego e de casas, bem como o fim da corrupção.

"Temos políticos corruptos e só delapidam os cofres do Estado para o seu próprio proveito. A política de governação interna e externa está muito mal", diz Desinel Carvalho, um dos integrantes dos "STP Indignados".

Ele faz parte de cincos jovens organizadores da marcha pacífica, detidos durante cinco cinco horas, quarta-feira última, numa Esquadra da polícia após terem sido interrogados sobre os motivos da manifestação.

O partido da oposição ADI (Ação Democrática Independente), que se associou ao protesto, defende que a democracia pode estar em risco em São Tomé e Príncipe.

Abnildo de Oliveira, dirigente desta força política e ex-secretário de Estado para a Juventude e Desporto do Governo do ex-primeiro-ministro Patrice Trovoada, fez referência à detenção do ex-ministro da Justiça, Elísio Texeira, e do vice-presidente da Assembleia Nacional, José Diogo da Graça

O movimento "STP indignados" surgiu depois de uma firma de Delfim Neves, vice-presidente do Partido da Convergência Democrática (da maioria presidencial), ter importado arroz de baixa qualidade e ganho 607 mil e 300 dólares americanos com este negócio.

O grupo organizou a marcha pacífica e, indica-se, uma vigília na semana passada defronte à única estação televisiva do país, TVS, após a direção deste órgão ter chumbado uma peça do programa humorístico “Nós por Cá” crítico à qualidade do arroz acima referenciado.

-0- PANA RMG/DD 12julho2013