Agência Panafricana de Notícias

Jornalistas em perigo após golpe de Estado no Burkina Faso

Ouagadougou, Burkina Faso (PANA) - Desde quarta-feira passada, primeiro dia do golpe de Estado perpetrado no Burkina Faso pela ex-guarda do antigo Presidente Blaise Compaoré liderada pelo general Gilbert Diendéré, jornalistas foram impedidos de fazer o seu trabalho e instalações de alguns médias foram invadidos por homens armados.

Quarta-feira à noite, enquanto uma rádio local cobria a manifestação de jovens com destino à Presidência onde foram detidos o Presidente da transição, Michel Kafando, o seu primeiro-ministro, Yacouba Isaac Zida, e ministros, ela recebeu a visita de homens armados que suspenderam as emissões, antes de incendiarem alguns materiais.

No terreno, vários jornalistas foram agredidos no exercício da sua profissão.

Numa declaração divulgada quinta-feira à noite, a Federação Africana dos Jornalistas (FAJ) advertiu os "golpistas" contra qualquer intimidação e ataques contra a imprensa do Burkina Faso.

Ela pediu a proteção dos jornalistas e dirigentes da imprensa africana chegados a Ouagadougou, a capital burkinabe, para participar no Festival Internacional da Liberdade e Imprensa (FILEP) aberto quarta-feira passada.

"Estamos preocupados pela segurança dos jornalistas no Burkina Faso e pela continuação das reformas em curso no setor da imprensa", declarou a jornalista angolana Maria Luísa Rogério, presidente interina da FAJ.

"Esperamos que o FILEP em curso continue e que todos os jornalistas e dirigentes da imprensa chegados ao Burkina Faso possam regressar às suas casas com segurança", acrescentou Maria Luísa Rogério.

A presidente da FAJ exortou as autoridades civis e militares a permitirem aos jornalistas e à imprensa burkinabe fazer o seu trabalho livremente e garantir a segurança dos jornalistas e dos participantes no FILEP em curso no Burkina Faso.

Soldados detiveram quarta-feira o Presidente da transição, o seu primeiro-ministro e os membros do Governo antes de instaurar um Conselho Nacional para a Democracia (CND) para dirigir o país.

Um grupo de mediação africana liderada pelos Presidentes senegalês, Macky Sall, e beninense, Boni Yayi, é aguardado esta sexta-feira em Ouagadougou.

-0- PANA NDT/TBM/MAR/TON 18set2015