Jornalistas africanos apelam à libertação de jornalista senegalês detido

Ouagadougou, Burkina Faso (PANA) - Setenta e oito jornalistas africanos mobilizaram-se ao apelo ao respeito pela Constituição senegalesa que consagra a liberdade de imprensa para exigir a libertação dum jornalista do Dakar Matin (diário), Pape Alé Niang , preso a 6 de novembro de 2022. Segundo um comunicado de imprensa da RSF divulgado sexta-feira, 78 profissionais da imprensa africana pedem a libertação imediata de Pape Alé Niang e a retirada das falsas acusações contra si. , hospitalizado por causa da greve de fome e cujo estado de saúde começa a degradar-se. A lista de signatários inclui figuras importantes da imprensa africana como Pape Saine, editor do jornal gambiano The Point, Seidik Abba, analista e especialista em questões africanas na imprensa internacional, Hopewell Chin'ono, um famoso jornalista investigativo do Zimbabwe, Ignace Sossou , um jornalista beninense da Benin Web TV que já passou injustamente seis meses em prisão. Organizações de defesa dos direitos dos jornalistas também assinaram e deram o seu apoio, como a Federação de Jornalistas Africanos (FAJ) e a Fundação de Imprensa para a África Ocidental (MFWA, sigla em inglês). "Este apelo é uma ação de solidariedade para com o nosso colega Pape Alé Niang", declarou o secretário-geral da RSF, Christophe Deloire. "É notável que tantos grandes nomes da imprensa africana estejam se mobilizem. Trata-se de uma mensagem que deve ser ouvida pelas autoridades senegalesas. Estas múltiplas detenções constituem uma violação flagrante da Constituição senegalesa. Na sequência destas e da greve de fome do jornalista em causa, o seu estado físico está muito preocupante, bem como a deterioração da liberdade de imprensa no país”, indignou-se Deloire citado no comunicado. Dirigido às autoridades e à justiça senegalesa, o apelo também sublinha a importância da liberdade de informação no Senegal, um país há muito conhecido pela sua pluralidade mediática e pelo respeito pela imprensa. Acusado de "divulgação de informações susceptíveis de prejudicar a defesa nacional", "ocultação de documentos administrativos e militares" e "difusão de notícias falsas", Pape Alé Niang está preso novamente desde 20 de dezembro último. O Senegal perdeu 24 lugares, estando atualmente no 73.º lugar entre 180 países no ranking mundial de liberdade de imprensa, estabelecido pela RSF em 2022. -0- PANA TNDD/IS/SOC/MAR/DD 07jan2023