Agência Panafricana de Notícias

Jornalista condenado a um ano de prisão por anunciar casos de ébola no Senegal

Dakar, Senegal (PANA) - O diretor do diário senegalês "La Tribune", Félix Nzale, foi condenado a um ano de prisão com pena suspensa e multa de um milhão de francos CFA (quase dois mil dólares americanos) por veicular "falsas informações" sobre surto de Ébola no país, constatou quinta-feira a PANA no Palácio da Justiça de Dakar.

Félix Nzale compareceu diante do Tribunal dos Flagrantes Delitos para responder por "divulgação de falsas informações", e a sentença judicial obrigou-o a publicar a integralidade do veredito nos diários "La Tribune’’, ‘’Le Soleil’’, ‘’L’Observateur’’ e ‘’Le Quotidien’’.

Segunda-feira, o seu jornal publicou na sua manchete uma matéria intitulada "Alerta: Cinco Casos de Ébola no Senegal", informação formal e prontamente desmentida pelo Governo senegalês, levando a Justiça a tomar conta do assunto no mesmo dia.

Diante do juiz, Nzalé declarou reconhecer "a posteriori" que a informação era falsa, explicando tê-la obtido de fontes hospitalares, domingo por volta das 23:00 locais e TMG.

Este jornalista com uma experiência profissional de cerca de 15 anos afirmou que não teve o cuidado de verificar a informação porque vinha de fontes fiáveis com as quais sempre trabalhou e que nunca lhe forneceram notícias erradas.

No seu argumento, o procurador considerou que esta falsa informação era suscetível de provocar "o prejuizo à moral da população". Contudo, requereu uma pena suspensa de um ano de prisão e um milhão de francos CFA de multa contra Félix Nzalé.

Os adovogados do jornalista apresentaram, por seu turno, desculpas do seu cliente a "todo o povo senegalês e às pessoas que se sentiram magoadas por este artigo", e imploraram a clemência do tribunal.

Depois da sentença do juiz Abou Abdoul Daff, um dos defensores de Féliz Nzalé saudou decisão como "pacífica".

Detido segunda-feira pela Polícia senegalesa, o diretor do jornal "La Tribune" foi colocado em prisão preventiva terça-feira à noite, depois de 24 horas de detenção.

-0- PANA KARL/IS/SOC/MAR/IZ 15ago2014