Agência Panafricana de Notícias

Jean-Pierre Bemba formaliza candidatura às presidenciais na RDC

Kinshasa, RD Congo (PANA) - Jean-Pierre Bemba, antigo Vice-Presidente regressado quarta-feira a Kinshasa depois de quase 10 anos de reclusão no Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, apresentou quinta-feira a sua candidatura às eleições presidenciais de 23 de dezembro próximo, na República Democrática do Congo (RDC).

Escoltado pela Polícia congolesa, o também senador Jean-Pierre Bemba, de 55 anos de idade, formalizou a sua candidatura perante o presidente da Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI) da RDC, Corneille Nangaa, em Kinshasa, segundo a imprensa local.

Bemba vai concorrer pelo Movimento de Libertação do Congo (MLC), antigo grupo rebelde transformado em partido político e do qual ele é fundador e atual presidente.

À sua chegada à capital congolesa proveniente de Bruxelas (Bélgica), Jean-Pierre Bemba foi acolhido por milhares de simpatizantes, familiares e líderes do MLC, e dirigiu-se à sede do seu partido, em Kinshasa, por instruções da Polícia, que o impediu de aceder à sua residência familiar, situada no bairro de Gombe, que se encontra no perímetro presidencial.

Em 2016, Bemba foi condenado pelo TPI a 18 anos de prisão por "crimes de guerra e crimes contra a humanidade" cometidos pelas suas tropas, em 2002, na República Centroafricana (RCA), onde foram apoiar o Presidente Ange-Félix Patassé, vítima de um golpe de Estado.

Na altura, o TPI entendeu que as tropas do MLC comandadas por Bemba cometeram vários crimes contra a população centroafricana, incluindo violações, assassinatos e saques a casas.

Mas em junho passado, a Câmara de Recurso da mesma jurisdição concluiu que "foram cometidos muitos erros" no primeiro julgamento, quando ficou determinado que o acusado não tomou medidas suficientes para prevenir ou castigar os seus subordinados.

Jean-Pierre Bemba foi um dos quatro Vice-Presidentes do Governo de transição na RDC de julho de 2003 a dezembro de 2006.

Nas eleições presidenciais de 2006, ele saiu derrotado pelo atual chefe de Estado, Joseph Kabila, e classificou de fraudulento o resultado, antes de sofrer dois atentados.

Em seguida, fugiu da RDC em 2007 e, em 2008, foi detido perto de Bruxelas e apresentado ao Tribunal Penal Internacional.

-0- PANA IZ 03agosto2018