Agência Panafricana de Notícias

Hotelaria em Cabo Verde recua 26,9 por cento devido à covid-19

Praia, Cabo Verde (PANA) - A hotelaria em Cabo verde registou mais de 170 mil hóspedes, o que, no entanto, constitui uma diminuição de 26,9 por cento, face ao mesmo período do ano anterior, apurou a PANA na cidade da Praia.

Dados das estatísticas do turismo, divulgados  segunda-feira, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), revelam que, no primeiro trimestre 2020, houve uma variação negativa nas dormidas, que atingiram 996 mil, que se traduziu numa diminuição de 29,0 por cento, face ao primeiro trimestre de 2019.

Em relação à análise por tipo de estabelecimentos, as estatísticas indicam que os hotéis continuam a ser os estabelecimentos mais procurados, representando 86,5 por cento do total das entradas.

Seguem-se as pensões com cerca de 4,9 por cento e as residenciais com 4,8 por cento.

Relativamente às dormidas, os hotéis representam 94,1 por cento, as residenciais, 1,9 por cento, as pensões, 1,8 por cento, e hotéis-apartamentos, 1,6 por cento.

A ilha do Sal continuou a ter maior acolhimento, com 45,0 por cento do total das entradas, seguida pela ilha da Boa Vista, com 29,2 por cento e pela de Santiago com 9,9 por cento.

Em relação às dormidas, a ordem é a mesma, ou seja, Sal com 53,4 por cento, Boa Vista com 36,5 por cento e Santiago com 4,0 por cento.

O INE adianta que o principal mercado emissor de turistas, no primeiro trimestre do ano 2020, continua a ser o Reino Unido com 20,7 por cento do total das entradas, seguido pela França com 13,3 por cento, pela Alemanha 11,9 por cento e pelos Países Baixos com 11,4 por cento.

Relativamente às dormidas, o Reino Unido também permanece no primeiro lugar com 26,8 por cento do total, seguido pelos Países Baixos, pela Alemanha e pela França com 11,5, 10,5 e 10,1 por cento, respectivamente.

Cabo Verde tinha registado, no ano de 2019, um total de 819 mil 308 mil hóspedes, próximo da meta fixada pelo Governo, ou seja  um milhão de turistas por ano, que agora cai por terra com a pandemia da covid-19 (coronavírus).

Em março último, a agência de notação financeira Fitch Ratings considerou que a redução do número de turistas, devido ao surto de covid-19, será um dos principais impactos para Cabo Verde, com o risco de uma redução do crescimento económico.

"Uma forte contração no turismo devido ao impacto do coronavírus vai restringir o crescimento económico e diminuir os lucros em moedas estrangeiras para muitas economias", lê-se num relatório sobre o efeito do surto nos países do Médio Oriente e África.

No documento, a Fitch Ratings escreve que, entre os países "particularmente expostos a este efeito", estão Cabo Verde, Egito, Líbano, Marrocos e Rwanda.

"A severidade do impacto do vírus nos padrões de viagens vai depender da duração da epidemia, cujos efeitos adversos vão aumentar se as perturbações durarem até ao meio do ano", acrescentam analistas da Fitch Ratings.

-0- PANA CS/DD 15junho 2020