Agência Panafricana de Notícias

HRW pede libertação de indivíduos acusados de blasfémia na Mauritânia

Nouakchott, Mauritânia (PANA)  - A Human Right Watch (HRW),  Organização Não Governamental(ONG) de defesa dos direitos humanos, apelou ao Governo mauritano “ para abandonar acusações de "blasfémia e ultraje ao Islão" contra oito ativistas políticos, indica uma declaração da referida entidade publicada segunda-feira.

A HRW também pede ao Governo mauritano para pôr em liberdade provisória cinco deles,  detidos desde fevereiro de 2020, segundo o documento.

Estas pessoas são acusadas de "zombar de Deus, da sua mensagem e do livro sagrado, criar, gravar e publicar mensagens com recurso a um sistema de informação suscetível de atentar contra o Islão.”

Estas infrações são previstas e punidas com a pena capital pelo artigo 306 do Código Penal (CP), referiu.

"Publicar uma foto ou um texto nas redes sociais, bem como alguma coisa que outros poderão considerar como um insulto à religião, não deverá ser considerado como um crime. Este tipo de acusações nunca deveria existir e nem justificar um encarceramento de oito meses”, indignou-se Eric Goldstein, diretor adjunto da HRW para Médio Oriente/África do Norte.

 A declaração constata e desaprova um “arsenal repressivo" colocado à disposição dos procuradores para censurar críticas formuladas através de discursos não violentos, nomeadamente leis draconianas, imprecisas, com um alcance muito vasto sobre o terrorismo, a cibercriminalidade, a apostasia e a difamação.

Estas infrações são regularmente evocadas para deter defensores de direitos humanos, denunciou.

-0- PANA SAS/IS/FK/DD  20out2020