Agência Panafricana de Notícias

HRW critica lentidão de inquéritos sobre massacre de manifestantes na Líbia

Tripoli, Líbia (PANA) – A organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW) criticou a "lentidão" dos inquéritos na Líbia sobre os acontecimentos sangrentos de 8 de junho último em Benghazi e de 15 de novembro último em Tripoli que fizeram dezenas de mortos e feridos.

Num comunicado divulgado quarta-feira em Tripoli, a HRW pediu às autoridades líbias para acelerar a divulgação dos resultados que eles prometeram sobre estes dois acontecimentos sangrentos.

A 8 de junho último, 23 pessoas morreram e dezenas de outras ficaram feridas durante uma manifestação em Benghazi « sem que as autoridades líbias anunciem alguma detenção e descubram a identidade dos presumíveis culpados », indignou-se a HRW, que suspeita os responsáveis de nada fazerem para realizar investigações sérias e transparentes.

A 15 de novembro último, 46 pessoas morreram e 50 outras ficaram feridas numa manifestação no bairro de Gharghour em Tripoli.

Segundo a diretora Executiva da HWR para a Divisão Médio Oriente e África do Norte, Sarah Leah Whitson, as autoridades líbias devem instalar um plano executório de forma urgente para interrogar as testemunhas e os membros das milícias implicadas nestes acontecimentos mortais.

« A situação é atualmente muito péssima, pois as autoridades dão a impressão de serem incapazes de defender os cidadãos, mas devem necessariamente envidar cada vez mais esforços para investigar sobre a morte de dezenas de pessoas », defendeu Whitson.

Segundo o site da organização, citando a Procuradoria Geral líbia, os inquéritos foram sim iniciados e os mandados de captura vão ser emitidos contra qualquer pessoa cuja culpabilidade for provada.

A Human Rights Watch apelou às autoridades para emitir mandados de captura contra os presumíveis membros culpados de crimes e os seus líderes a fim de lhes dar um sinal sobre a determinação do Governo de fazer face à insegurança.

A organização criticou, por outro lado, os parceiros internacionais da Líbia como a Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), que, segundo ela, nada faz para controlar e ajudar a instalar uma política destinada a proteger os direitos humanos que permitam pôr termo aos crimes internacionais.

« Os parceiros da Líbia concederam-lhe pouco apoio para a ajudar a instalar um sistema judicial prático, que comporte um Tribunal e juízes independentes capazes de deter os criminosos mais perigosos e proceder ao seu julgamento », deplora a organização.

-0- PANA AD/IN/JSG/FK/IZ 11dez2013