Agência Panafricana de Notícias

Guiné-Conakry suspende campanha eleitoral após violências

Conakry- Guiné-Conakry (PANA) -- O primeiro-ministro conakry- guineense, Jean Marie Doré, anunciou domingo à noite, no final duma reunião extraordinária do Conselho de Ministros, a suspensão provisória da campanha para a segunda volta das eleições presidenciais de 19 de Setembro, na sequência de confrontos entre militantes dos dois candidatos que fizeram um morto e 50 feridos em Conakry.
O Governo vai reunir-se nos próximos dias com os candidatos Mamadou Cellou Dalein Diallo, da União das Forças Democráticas da Guiné (UFDG), e Alpha Condé, da Coligação do Povo da Guiné (UFDG), cujos militantes confrontaram-se violentamente sábado e domingo nas ruas da capital.
Declarando-se indignado pela subida do comunitarismo, o Governo decidiu processar qualquer pessoa for apanhada em flagrante delito ou que organizar uma manifestação pública sem autorização.
Jean Marie Doré apelou para a moderação e a calma e deplorou a morte a tiro dum militante da RPG e os numerosos feridos, estimados em 50, alguns dos quais num estado muito grave.
Os responsáveis da aliança "Arco-Íris", que apoia Alpha Condé, apelaram ao adiamento do escrutínio de 19 de Setembro se as violências e outros atos de vandalismo prosseguirem nas ruas, o que compromete a tranquilidade das populações.
A tensão subiu repentinamente em Conakry desde quinta-feira última, algumas horas após o veredito dum tribunal que condenou a um ano de prisão efetiva o presidente da Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI), Ben Sékou Sylla, e o responsável de Planificação da instituição, El Hadj Boubacar Diallo.
Boubacar Diallo tinha sido acusado pela RPG de ter subtraído na primeira volta as atas dos votos dos seus eleitores da Alta Guiné, estimados em cerca de 600 mil sufrágios num total de um milhão 700 mil votantes dos quatro milhões 500 mil inscritos na lista eleitoral.
Os dois candidatos assinaram a 3 de Setembro em Ouagadoudou, no Burkina Faso, "um protocolo de boa conduta" antes, durante e após o escrutínio, sob a égide do Presidente burkinabe, Blaise Compaoré, medianeiro da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).