Agência Panafricana de Notícias

Governo togolês acusa estrangeiros de suscitar manifestações no país

Lomé, Togo (PANA) - O Governo togolês acusou atores estrangeiros de estarem por trás de uma campanha de desinformação massiva no Togo, soube a PANA de fonte oficial.

De facto, o Governo togolês denunciou, domingo último, 29 de junho de 2025, uma vasta campanha de desinformação orquestrada a partor de fora, com o fito de semeiar o caos e avivar as tensões políticas no país, de acordo com a fonte.

Segundo as autoridades, esta operação baseia-se na difusão de contéudos manipulados via redes sociais. 

O Governo apelou à vigilância face aos rumores, asseverando que a maioria da população continua calma.

Rejeitou qualquer conexão entre as recentes afogamentos em Lomé e os eventos políticos em curso, evocando no entanto os efeitos da época chuvosa.

Autoridades togolesas reiteram a sua dedicação ao Estado de direito, às liberdades fundamentais e à coesão nacional, num contexto de polarização de poder crescente.

Consequentemente, foram efetuadas detenções, nomeadamente de cidadãos estrangeiros em situação irregular, e empreendidas ações judiciais à escala internacional. 

Pois, foram lançadas ações judiciais internacional contra instigadores presumíveis desta campanha, segundo a fonte. 

O pano de fundo destes cenários todos é uma reforma constitucional que aviva as tensões e inquieta a oposição.

Todavia, um analista político, Kerwin Mayizo, considerou de “retórica clássica” as acusações segundo as quais as recentes manifestações seriam fruto de uma manipulação ou de uma desinformação externa.

“Trata-se de um argumento pouco sólido. O verdadeiro problema da crise política togolesa reside no facto de que uma mesma família dirige o país, de pai para filho há 55 anos, num contexto onde, no entanto, existem competências e ambições legítimas que aspiram a expressar-se”, considerou o analista político.

Acrescentou que a última reforma constitucional pode exacerbar a crise política na perspetiva das eleições.

O partido no poder no Togo (União para a República (UNIR), que dispõe de meios largamente superiores aos das outras formações, poderá fazer eleger a pessoa que presidir ao Conselho de Ministros, e, assim sendo, o Presidente da República, doravante afastado do papel  executivo direito, já não será alvo principal, mas continuará a ser a autoridade que enquadra e influencia o poder a partir do segundo plano, segundo Mayizo.

Estas declarações intervêm num clima de forte tensão, marcado por manifestações e atos de violência ocorridos ente 26 e 28 de junho em Lomé, devido a uma reforma constitucional controversa.

Esta alarga os poderes do Presidente Faure Gnassingbé (atual Presidente do Conselho de Ministros), no poder desde 2005, permitindo-lhe presidir a este órgão sem limitação de mandatom segundo a oposição.

Esta última denuncia “um golpe constitucional” cujo objetivo é prolongar  indefinitamente o regime,

Paralelamente, a mobilização popular, difundida pela sociedade civil e nas redes sociais, ganha amplitude.

-0- PANA DD 2julho2025