Agência Panafricana de Notícias

Governo são-tomense anuncia guerra aos infratores de medidas contra covid-19

São Tomé, São Tomé e Príncipe -(PANA) - O Governo são-tomense anunciou “mão pesada” aos infratores das medidas restritivas impostas ao país, com o confinamento geral da população e a utilização obrigatória de máscaras, para travar a propagação da covid-19.

“Deparamos que as pessoas desrespeitaram as normas, pessoas faziam uso de bebidas alcoólicas em espaços públicos, sem uso de mascara, circulavam nas horas impróprias", disse Óscar de Sousa, ministro da Defesa e Ordem Interna,

Numa conferência de imprensa conjunta com o primeiro-ministro e os ministros da Saúde e das Finanças e Economia Azul, o governante admitiu que "fomos tolerantes, com algumas medidas".

"Tínhamos um número decrescente de detenções de cidadãos, mas fomos obrigados a alterar essa medida. Continuam os focos de resistência, em alguns casos ficamos naquele jogo de gato e rato”,  lamentou, prometendo que "vamos ser mais exigentes" para fazer cumprir as medidas.

"Baixamos o nível da nossa guarda. A partir desta terça feira, já instruímos o Comando da Polícia no sentido de avisar todos aqueles que deambulam sem justificação.

"Transportes lotados não vão circular, sabemos que na imposição das regras vai trazer incomodos", alertou Óscar de Sousa, lembrando que “já tivemos tempo de sensibilização".

Para o primeiro-ministro Jorge Bom Jesus, o incumprimento das medidas restritivas adotadas no quadro do período de exceção que o país observa desde 17 de março passado é a "principal causa" de vítimas mortais e o crescente número de contaminação pelo vírus corona.

"Fizemos tudo que poderíamos fazer”, sublinhou, deplorando, todavia, o desrespeito por parte da população das orientações do Ministério da Saúde e da OMS (organização Mundial da Saúde).

 Jorge Bom Jesus afirmou que, sem a colaboração e o envolvimento total da população, em termos de atitude, comportamento e mudança de práticas para assumir de facto um comportamento mais responsável "não vamos vencer este combate.”

Antevendo os resultados da entrada em funcionamento do laboratório PCR, salientou que se “torna necessário que cada cidadão faça um esforço mínimo".

Sustentou que o seu Governo tem feito esforço enorme de pagar os salários sem cortes e reduziu o peso nefasto que poderia advir desta crise sanitária, sendo por isso necessário o "que todos coloquem mão na consciência.”

Enfatizou que será restruturada a entidade sanitária que vem trabalhando no combate à pandemia, melhorando e reforçando os setores frágeis com vista a melhorar a resposta à doença

O primeiro-ministro são-tomense advertiu a classe política que a politização da pandemia, em tempos de crise, "prejudica o apoio necessário à população".

“Não queremos profetas das inverdades, temos de enterrar o machadinho de guerra, portanto, vamos deixar passar esta fase”.  

Referiu ainda que a pandemia tem sido desafiante para todos os governantes que compõem o seu Executivo, e que tem sido, ao mesmo tempo, uma aprendizagem  

-0- PANA RMG/IZ 20abril2020