Agência Panafricana de Notícias

Governo santomense desmente oposição sobre alegada desapropriação de terras

São Tomé, São Tomé e Príncipe (PANA) - O primeiro-ministro santomense, Patrice Trovoada, desmentiu as recentes declarações do secretário-geral do principal partido da oposição, o Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe-Partido Social Democrata (MLSTP-PSD), Fernando Maquengo, segundo as quais o Governo está a desapropriar terras aos agricultores do norte e do sul do país a favor da sociedade francesa SATOCAU, soube a PANA de fonte oficial este domingo.

“Aquilo que o MLSTP diz não corresponde à verdade, estou perfeitamente tranquilo quanto a esta questão e eu peço à população para ficar tranquila. Não temos nenhuma intenção de prejudicar o povo santomense, pelo contrário” disse Patrice Trovoada no termo de uma visita a uma comunidade hortícola.

O primeiro-ministro santomense apelou ao maior partido da oposição santomense a fazer uma política responsável sem conduzir a população, nem tão pouco difamando e caluniando.

O chefe do executivo assegurou que os sóciodemocratas devem adotar outros modos de fazer política, para o bem-estar do país e dos investidores estrangeiros.

Por seu lado, o diretor-geral da Agricultura, Argentino Pires dos Santos, em declarações sábado à Televisão Santomense (TVS), desmentiu o secretário-geral do MLSTP-PSD, sublinhando que não houve desapropriação arbitrária e forçada com recurso à polícia.

O engenheiro agrónomo explicou que as parcelas de terras que foram concedidas à sociedade francesa SATOCAU são as que estavam votadas ao abandono e cujas plantações de cacau da era colonial desapareceram.

Argentino Pires dos Santos disse não entender as razões das recentes declarações de Fernando Maquengo, precisando que a retirada de título de posse de terra é decidida em Conselho de Ministros.

Adiantou que se trata de um projeto estruturante com benefícios para agricultores produtores de cacau convencional.

“Eles vão identificar agricultores, vão dar-lhes sementes para produzirem cacau com vantagem para diversas famílias, porque esses agricultores não têm condições de trabalhar a terra”, rematou Pires dos Santos.

Por seu lado, a SATOCAU, numa nota publicada este domingo, considera as recentes declarações do MLSTP-PSD de "falsas e caluniosas e que atentam contra a imagem da sociedade".

Na nota, a SATOCAU deixa claro que no país "não está ao serviço de qualquer organização ou de entidade política".

-0- PANA RMG/TON 11Mar2012