Agência Panafricana de Notícias

Governo queniano chamado a respeitar suspensão de proibição de difusão de imprensa privada

Abidjan, Côte d'Ivoire (PANA) - O Comité para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) apelou ao Governo queniano para respeitar a decisão do Supremo Tribunal de suspender, por 14 dias, a proibição de transmissão imposta a quatro canais privados de televisão.

Numa declaração, a coordenadora do Programa África do CPJ, Angela Quintal, afirmou que a recusa do Governo queniano de respeitar a decisão do Supremo Tribunal de autorizar as quatro estações de televisão a retomarem a transmissão de seus programas é não apenas um desprezo pelo Estado de direito mas também um exemplo claro de censura.

"Todos os dias em que esses canais de televisão continuam suspensos e seus repórteres perseguidos e intimidados, põe em dúvida a posição do Quênia como campeão da liberdade de imprensa em África", frisou Quintal.

A 30 de janeiro, responsáveis da Autoridade Queniana Reguladora das Comunicações apoiadas pela Polícia, cortaram as emissoras da Citizen TV, Inooro TV, NTV e KTN News em plena transmissão ao vivo da cerimônia de investidura, em Nairobi (capital queniana), do opositor, Raila Odinga, em qualidade de "Presidente do povo".

A 1 de fevereiro corrente, o Tribunal Supremo ordenou ao Governo para suspender, por 14 dias, da proibição, enquanto se espera pelo exame da sua legalidade.

No mesmo contexto, um tribunal ordenou à polícia para cessar ameaças de detenção contra três jornalistas do Nation Media Group (NMG), cujo canal de televisão NTV figura entre os canais proibidos de difusão.

Os jornalistas Linus Kaikai, Larry Madowo e Ken Mijungu declararam que a polícia planejava detê-los e para reclamar ao tribunal uma caução de 100 mil xelins quenianos contra cada um deles.

Eles são convocados segunda-feira no quartel general da polícia para serem ouvidos.

O ministério do Interior confirmou a abertura de um inquérito sobre as pessoas físicas e morais, incluindo órgãos de imprensa presentes na cerimónia de investidura de Odinga.

A 26 de janeiro, as autoridades quenianas alertaram os responsáveis dos órgãos em causa e os editores de imprensa para a aplicação de medidas de encerramento ou retirada da acreditação em caso de cobertura deste evento.

-0- PANA BAL/IS/DIM//DD 04fev2018