Agência Panafricana de Notícias

Governo maliano expulsa embaixador de França do Mali

Bamako, Mali (PANA) - O Governo do Mali expulsou, segunda-feira, o embaixador francês, em resposta às declarações hostís feitas contra as autoridades da Transição no país pelo ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Jean Yves Le Drian, anunciou um comunicado de imprensa lido segunda-feira no início da tarde na Televisão Nacional do Mali.

"O Governo da República do Mali informa a opinião nacional e internacional que, hoje, segunda-feira, 31 de janeiro de 2022, a embaixadora da França em Bamako, Joëlle Meyer, foi convocada pelo Ministro maliano dos Negócios Estrangeiros e Cooperação que lhe notificou a decisão do Governo que o convida a deixar o território nacional no prazo de 72 horas", refere o mesmo documento.

Ledrian declarou domingo último numa conferência de imprensa em Paris (França) que as atuais autoridades militares no poder no Mali são "irresponsáveis e ilegítimas."

Em reação, o Governo do Mali condenou e rejeitou veementemente estes pronunciamentos que, a seu ver, são "contrárias ao desenvolvimento de relações de amizade entre as nações, lê-se na nota. 

Todavia, o Governo do Mali reitera "a sua disponibilidade" para manter o diálogo e buscar a cooperação com todos os seus parceiros internacionais, incluindo  França, com respeito mútuo e com base no princípio cardeal de não ingerência, de acordo com as aspirações legítimas do povo maliano.

O ministro francês dos Negócios Estrangeiros francês qualificou de "ilegítimas" e "irresponsáveis" as autoridades da Transição no Mali que intimidaram o contingente dinamarquês da força europeia Takuba, comandada pela França para lutar contra o terrorismo no Sahel, exigindo a retirada do Mall deste contingente "por não ter pedido autorização prévia ao Governo do Mali."

Em Bruxelas, o Ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação Internacional do Mali, Abdoulaye Diop, em visita à Bélgica, considerou este discurso "inaceitável" e exortou à França a respeitar as autoridades malianas.

"Não se pode resolver os problemas com insultos, mas sim pelo diálogo", declarou.

-0- PANA GT/IS/MAR/DD 31jan2022