Agência Panafricana de Notícias

Governo convida povo congolês a unir-se na RD Congo

Kinshasa, RD Congo (PANA) – O Governo da República Democrática do Congo (RDC) convidou sábado o povo congolês a unir-se, para além das divergências partidárias, com vista a mais reflexão e perspetiva, para compreender onde estão realmente os seus interesses nacionais, indica um comunicado lido pelo porta-voz do Governo, Lambert Mende Omalanga.

Reagindo à decisão do Departamento do Tesouro Americano que sanciona oficiais das Forças Armadas da RD Congo (FARDC) e da Polícia Nacional Congolesa (PNC) por « supostas violações dos direitos humanos» no país, Omalanga revelou que o Governo se interroga sobre a lógica e as motivações das autoridades americanas.

« Parece claramente que, quando se revisita a história, este esquema corresponde ao que conduziu ao caos países como a Líbia ou o Sudão do Sul, hoje ameaçados de desaparecimento, depois de supostamente ajudados por aqueles que se deram o papel de senhores do mundo que por causa disto vertem agora lágrimas de crocodilo », sublinhou.

O porta-voz do Governo congolês criticou pressões e injunções de origem estrangeira sobre o processo eleitoral na RD Congo..

" Enquanto as forças vivas da nação congolesa se reuniram para o diálogo político com vista a encontrarem um consenso sobre o processo eleitoral que elas desejam apaziguado, pressões e injunções de ameaças de origem estrangeira continuam assim a semear a confusão nos espíritos", indignou-se.

Datas estão marcadas, agendas que não têm em conta as realidades nacionais concretas são impostas ao mesmo que são pronunciadas sanções erradas em violações de todas as regras de procedimento e mesmo do direito internacional », deplorou.

Segundo ele, « a RD Congo já não quer engrossar o tributo a pagar aos adeptos das ingerências externas injustas para a sua autodeterminação » como foi o caso de Patrice Emery Lumumba em 1961.

A 28 de setembro corrente, a administração americana adotou sanções financeiras contra dois altos responsáveis militares da RD Congo, próximos do Presidente Joseph Kabila, designadamente o general-major Gabriel Amisi Kumba, comandante das FARDC para a primeira zona de defesa do país, bem como o general John Numbi, antigo inspetor da Polícia Nacional.

Segundo o diretor da agência do Tesouro Americano, John Smith, estes altos responsáveis militares da RD Congo envolveram-se em ações que mancharam o processo democrático na RD Congo, nomeadamente a repressão das liberdades e dos direitos políticos do povo congolês, com o risco de alargar a instabilidade pelo país e na região dos Grandes Lagos.

-0- PANA KON/JSG/MAR/DD 1out2016