Agência Panafricana de Notícias

Governo condena ataque com 135 mortos contra aldeia no centro do Mali

Bamako, Mali (PANA) – O Governo maliano condenou "com veemência” o ataque perpetrado  por homens armados não identificados, sábado de manhã, 23, contra a aldeia de Ogossagou, a 18 quilómetros do círculo de Bankass, na província de Mopti, no centro do Mali, matando 135 mortos  civis, incluindo mulheres e crianças.

Num comunicado, o Governo maliano anuncia a abertura de um inquérito para determinar as circunstâncias destes crimes e reitera a sua determinação de tudo fazer para “perseguir os autores  desta barbárie de uma outra era e puni-los em conformidade com as leis em vigor”.

O Governo maliano promete ainda continuar a garantir a proteção das populações, reunir as condições de uma "verdadeira coesão social e promover a reconciliação nacional".

"Nestes momentos difíceis, face a inimigos invisíveis cuja cobardia é desproporcional à nossa vontade de viver em comum na tranquilidade e serenidade, a nação maliana deve  ficar mais do que nunca unida e solidária”, conclui o comunicado transmitido à PANA.

A Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização do Mali (MINUSMA) também condenou este massacre.

No sábado, 23 de março corrente, vários homens armados trajados a caçadores tradicionais dozos chegaram à aldeia fula de Ogossagou, perto de Bandiagara,  para massacrar 135 pessoas  e ferir várias dezenas de outras, segundo uma fonte de segurança que indica que os assaltantes que circulavam de moto dispararam contra tudo  o que movia, incluindo mulheres, crianças, jovens, velhos, todos pertencentes à etnia fula.

Os assaltantes também incendiaram casas, celeiros cheios de cereais e mesmo o gado.

Em janeiro último, homens armados identificados como dozos mataram 37 pessoas e feriram várias outras, todas da etnia fula, na sequência de um ataque perpetrado na aldeia de Kologon, no mesmo círculo de Bankass, onde incendiaram várias habitações.

Há mais de um ano, o centro do Mali é alvo de conflitos comunitários entre os pastores fulas e os agricultores dogons, fazendo várias centenas de mortos.

Além do norte do Mali, o centro é igualmente palco de ataques terroristas frequentes que visam forças armadas malianas, os soldados da MINUSMA e as forças francesas da operação Barkane bem como populações civis.

-0- PANA GT/BEH/FK/IZ  24março2019