Agência Panafricana de Notícias

Governo burundês contra inquérito independente sobre alegadas violações no Burundi

Bujumbur , Burundi (PANA) - Marchas e manifestações populares ocorreram este sábado em todo território do Burundi para rejeitar uma recente resolução do Parlamento Europeu que pede um inquérito “independente e aprofundado” sobre presumíveis "violações em massa” dos direitos humanos no Burundi, país mergulhado numa crise político há quase dois anos.

As manifestaçõs ocorreram sob a égide do Ministério burundês do Interior e Formação Patriótica, com o fito de pedir aos chefes de Estado e de Governo dos países-membros da União Africana (UA) para não considerarem o conteúdo dum relatório da União Europeia durante a próxima cimeira da UA a iniciar-se segunda-feira oróxima em Addis Abeba, na Etiópia.

Antes destas ocorrências, houve declarações do Governo e do Parlamento burundês que condenam a resolução do Parlamento europeu e rejeitam categoricamente as acusações de "violações em massa dos direitos humanos" durante a crise no Burundi.

A crise política e dos direitos humanos levou a UE, principal parceira técnica e financeira do Burundi, a bloquear ajudas destinadas a este país avaliadas em 430 milhões de euros no período 2014-2010.

O primeiro Vice-Presidente da República do Burundi, Gaston Sindimwo, deixou Bujumbura sexta-feira para Addis Abeba onde ele deve representar o seu país na XXVIII cimeira ordinária da UA. supracitada

A 26ª cimeira permitiu refletir sobre uma resolução do Conselho de Paz e Segurança da UA relativa ao envio duma Missão Africana de Prevenção e Proteção no Burundi (MAPROBU), integrada por pelo menos cinco mil militares e polícias, sem no entanto ter chegado a um acordo devido a um veto do poder burundês.

A UA mudou de opção ao propor uma solução mais suave de enviar 200 peritos militares e observadores dos direitos humanos ao Burundi, mas também não foi ao encontro do Governo do presidente Pierre Nkurunziza.

-0- PANA FB/JSG/FK/DD 28jan2017