Luanda, Angola (PANA) - O Governo angolano anuncia esta segunda-feira suas medidas de apoio às empresas vandalizadas e pilhadas durante a recente greve dos taxistas no país, com vista a uma rápida reposição doos estoques e manutenção dos postos de trabalho em risco, soube a PANA de fonte oficial.
O anúncio da decisão consta duma mensagem do Presidente angolano, João Lourenço, dirigida sexta-feira última à nação, sobre os incidentes ocorridos durante os dias 28 e 29 julho últimos, no quadro de protestos em Luanda e em algumas províncias do país.
"O Executivo (Governo) angolano decidiu aprovar, já na segunda-feira próxima, medidas de apoio às empresas atingidas pela onda de vandalismo, com vista à mais rápida reposição de stocks e manutenção dos postos de trabalho ameaçados", destacou o Presidente da República, na sua mensagem de sexta-feira última ao país.
A manifestação, que tinha como objetivo a reivindicação de direitos relacionados com o exercício da atividade de táxi em Angola, com destaque para o aumento do preço do gasóleo, que forçou a sua subida de 200 (0,21 dólar) para 300 kwanzas (0.32 dólar), deu lugar a uma onda de destruição de património público e privado, de assalto e pilhagem a estabelecimentos comerciais, assim como a ameaças e coação aos cidadãos que se pretendiam apresentar ao trabalho com os meios próprios.
Sobre os atos de vandalismo e pilhagem às empresas e a estabelecimentos comerciais privados, o Presidente da República alertou que tais práticas só vêm desencorajar o investimento privado e, com isso, reduzir a oferta de bens e serviços e de emprego para a população angolana.
"Por isso, esses atos ocorridos só podem ser entendidos como atos de sabotagem à economia, com vista a agravar ainda mais a situação social que vivemos", denunciou.
O estadista angolano recordou que a greve e as manifestações são direitos dos cidadãos, consagrados na Constituição e na Lei, quando se realizam com o fim único de reclamar por direitos ou protestar contra eventuais incumprimentos ou violações desses direitos por parte dos poderes públicos ou entidades patronais.
Mas, prosseguiu, quando realizados fora desses marcos, estes atos constituem crimes puníveis e condenáveis.
"Vinte e três anos depois do fim do conflito armado e no ano em que o país comemora 50 anos da proclamação da sua Independência Nacional, não podemos aceitar nem tolerar mais dor e luto entre os angolanos", declarou o Chefe de Estado.-
Por outro lado, João Lourenço assegurou que o Executivo não está alheio aos desafios sociais por resolver no país, tendo avançado, por isso, que o Estado está a fazer o seu melhor, investindo na área social, na saúde, educação, habitação e criação de emprego.
Essa aposta no setor Social, precisou o Presidente da República, passa, entre outras, pela admissão massiva de profissionais da saúde, da educação, com a formação profissional e com as grandes obras públicas de construção de infraestruturas rodoviárias, portuárias, aeroportuárias, de energia e de água, com particular realce para as grandes barragens inseridas no programa de combate aos efeitos da seca no sul de Angola, nomeadamente em Cunene, Huíla e Namibe (sul), que estão, disse, a absorver muita mão de obra nacional.
A par disso, o chefe do Estado fez saber que as obras de construção de infraestruturas nas novas províncias (Cubango, Cuando e Moxico Leste) vão oferecer, igualmente, emprego a milhares de jovens que se interessem pelo trabalho.
"O Estado não pode ser o único empregador. Contamos, também, com o setor privado, o cooperativo e o autoemprego, que, justiça seja feita, têm feito, também, o seu melhor, no que diz respeito à oferta de postos de trabalho", reconheceu.
Condenou, de forma veemente, os atos de vandalismo e pilhagem ocorridos durante a manifestação dos taxistas, que custou a vida a alguns cidadãos.
"Lamentamos a perda de vidas humanas e aproveitamos a oportunidade para expressar, no nosso nome e no do Executivo angolano, os nossos mais profundos sentimentos de pesar a todas as famílias enlutadas e votos de rápidas melhoras aos feridos, como consequência dos tristes acontecimentos", destacou o chefe do Estado na sua mensagem à nação.
-0- PANA JA/DD 4agosto2025