Agência Panafricana de Notícias

Golpe de Estado no Níger em destaque na imprensa beninense

Cotonou- Benin(PANA) -- Os jornais beninenses comentaram largamente o golpe de Estado que destituiu, quinta-feira, o Presidente nigerino Mamadou Tanja.
Com o título "Tandja conjugado no passado", o "Le Matin" indicou que ao querer manter-se no poder a todo custo contra a vontade do povo, o Presidente do Níger acabou por ser destituido pelos militares.
Por sua vez, o "La nouvelle Génération" vê neste golpe de Estado um sinal forte para todos os falsos democratas africanos.
Para este jornal, "o caso nigerino chega numa boa altura para disciplinar os falsos democratas que se multiplicam na sub-região e cuja vocação primeira é rebaixar a democracia".
Sobre o mesmo assunto, o diário "24heures au Bénin" adverte "os bruxos aprendizes" e ressalta que a crise política que assola a sub-região não poupa o Benin.
"Se é verdade de que os motivos das confusões na Côte d'Ivoire e no Níger não são os mesmos, deve-se reconhecer que lenta e progressivamente a gestão dos assuntos do país pelos regime no poder cria condições para um futuro incerto para o Benin", previne o diário.
"Que triste destino para o coronel recalcitrante de Niamey que só pode se queixar de si mesmo e talvez também dos seus ministros e partidários zelosos que o incitaram a abusar da confiança do povo nigerino", exclama-se o "L'Echiquier".
Para o "L'option infos", ao semear o vento duma crise político-institucional e social com uma revisão oportunista da Constituição, o Presidente Tandja colheu a tempestade "dos barulhos das botas, dos tiros com armas pesadas e automáticas, do desarmamento da Guarda Presidencial e da tomada como refém de todo o Governo em pleno Conselho de Ministros", escreve o jornal.
O "L'Option infos" reconhece que não se deve felicitar um golpe de Estado de qualquer das formas, mas sublinha que Mamadou Tandja teve o que merece, uma vez que ele se tornou desde 4 de Agosto de 2009, data do voto da lei referendária que o autorizou a prorrogar o seu segundo mandato por três anos após 10 anos no poder, o produto puro duma passagem em força.