Agência Panafricana de Notícias

Ganense morre em ataque xenófobo na África do Sul

Accra, Gana (PANA) – Um ganense, Emmanuel Quarcoo, morreu em violências xenófobas que abalam a África do Sul, confirmou a ministra ganense dos Negócios Estrangeiros e Integração Regional, Hanna Tetteh.

Citada sábado pelo jornal Grafic, próximo do Estado ganense, a governante declarou que o corpo de Emmanuel Quarcoo foi encontrado morto a beira de estrada em Umlazi, em Simlane Drive, no leste de Joanesburgo, segunda cidade do país, com lesões graves na cabeça.

Tetteh indicou que o caso está a ser investigado pela Polícia sul-africana e pelo Alto Comissariado do Gana que acompanha de perto a situação.

Referiu-se a discussões entre embaixadores africanos na África do Sul sobre o desenvolvimento da situação e declarou que «a nossa Embaixada vai convencer o Governo ganense da necessidade da evacuação do corpo».

Dirigentes oeste-africanos condenaram sexta-feira última assassinatos xenófobos dos Africanos na África do Sul e exortaram o Governo do Presidente sul-africano, Jacob Zuma, a pôr termo à onda bárbara e criminosa de ataques.

«A Autoridade dos Chefes e de Governo da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) condenou o assassinato bárbaro, criminoso e xenófobo dos estrangeiros africanos inocentes na África do Sul exortando insistentemente o Governo deste país a agir rapidamente para conter a onda crescente dos ataques no país», declarou a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).

Num comunicado publicado em Accra (capital do Gana) por John Dramani Mahama, Presidente do Gana e atual presidente em exercício desta organização sub-regional, os dirigentes da CEDEAO condenaram igualmente os Sul-africanos autores destes atos cobardes que já vitimaram pelo menos cinco Africanos na África do Sul.

Os dirigentes saudaram no entanto a declaração do Presidente Zuma e suas garantias no sentido duma resolução pacífica, mas exigiram « um plano de ações nacional de emergência apoiado por uma campanha de mudança de comportamento na África do Sul ».

De facto, o Presidente Zuma disse aos seus concidadãos ser importante "lembrarem-se de que, durante a luta de libertação, numerosos países africanos deram de comer a exilados sul-africanos.

«Quando estávamos em dificuldades, eles nos ajudaram a lutar pela nossa libertação mas não nos expulsaram das suas terras », frisou.

Ataques contra lojas pertencentes a estrangeiros começaram em Durban, a semana passada estendendo-se a Joanesburgo, donde muitos deles fugiram.

Milhares de pessoas marcharam em Durban para protestarem contra a xenofobia.

-0- PANA MA/MTA/IS/SOC/MAR/DD 19abril2015