Agência Panafricana de Notícias

Fundo Soberano de Angola implementa "Carta Social"

Luanda, Angola (PANA) - O Fundo Soberano de Angola (FSDEA) adotou uma "Carta Social" que inclui a atribuição de 7,5 porcento da sua dotação inicial a projetos de desenvolvimento e responsabilidade social, apurou a PANA de fonte autorizada na capital angolana.

Definida como um "instrumento que permite ao FSDEA criar benefícios a curto e médio prazos", a Carta Social assegura apoio integral ao crescimento do futuro do país, "fornecendo as ferramentas para os Angolanos participarem no crescimento económico, de forma a também lhes permitir realizar as suas aspirações individuais".

"Como parte deste compromisso, o Fundo atribui até 7,5% da sua dotação inicial (de cinco biliões de dólares americanos) para projetos de desenvolvimento social e de responsabilidade social nas áreas da educação, geração de renda e de acesso à água potável, energia e cuidados de saúde", refere uma nota da instituição.

Entre as ações já concretizadas, o Fundo cita um programa integrado de inclusão social nalgumas províncias do país, em colaboração com os governos provinciais, com o objetivo de capacitar comunidades de pequenos agricultores, através do investimento em técnicas de geração de renda sustentáveis.

Essas técnicas foram criadas para facilitar o acesso da população rural ao ensino público, aos mercados formais de hortícolas e aos programas oficiais de microcrédito.

No domínio da saúde, o FSDEA vem apoiando o Centro Oftalmológico de Benguela gerido pela Solidariedade Evangélica (SOLE), através do pagamento de médicos estrangeiros que têm formado especialistas angolanos na área de cirurgia de remoção da catarata.

De acordo com a mesma nota, o Fundo disponibiliza igualmente apoio financeiro para cobrir os gastos salariais dos funcionários e a manutenção de equipamentos necessários para o funcionamento do estabelecimento.

Para além da Clínica da SOLE, em Benguela, os seus cirurgiões operam em vários hospitais e clínicas religiosas a nível da região, tendo realizado em apenas um ano mais de 25 mil consultas e mais de três mil cirurgias, enquanto mil pacientes foram atendidos em centros de expansão.

Os parceiros de implementação incluem a Igreja Evangélica Baptista em Angola (IEBA), a Igreja Católica, a Igreja Evangélica Congregacional em Angola (IECA), a Igreja Evangélica Convenção Baptista de Angola (CBA), indica o documento.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que a catarata é responsável por metade da cegueira a nível mundial, apesar de que a mesma pode ser tratada para prevenir a perca da visão.

Ainda na área da saúde, o Fundo apoia também uma série de outras iniciativas, incluindo a introdução de um sistema de mensagens de voz para a transmissão de informações sobre cuidados neonatais para mais de 60 mil mães nas províncias do Huambo e Bié.

Por outro lado, fornece "uma ampla gama" de novos serviços de apoio ao setor da saúde para a população rural, que inclui a formação de técnicos em procedimentos cirúrgicos, a melhoria dos bancos de sangue e a implementação de um novo dispositivo de diagnóstico de tuberculose.

Os serviços prestados incluem ainda a introdução de um novo software hospitalar e a implementação de painéis solares para os postos de saúde que permitem o funcionamento da transmissão radiofónica e ajudam na preservação de vacinas.

No plano educacional, prossegue a nota, o FSDEA lançou o seu programa de bolsas de estudo intitulado “Futuros Líderes de Angola”, que tem por objetivo a capacitação económica de uma nova força de trabalho em Angola.

"Esta iniciativa educacional exclusiva oferecerá a jovens angolanos licenciados e talentosos a oportunidade de participar num curso intensivo e especializado na gestão de negócios internacionais, banca de investimento e finanças", refere o documento, precisando que foram atribuídas 46 bolsas de estudo para o programa 2014-2015, em parceria com a Escola de Gestão e de Direito da Universidade de Ciências Aplicadas de Zurique (ZHAW), na Alemanha.

Alguns bolseiros graduados em março de 2015 regressaram a Angola "com experiências globais e conhecimentos profundos de várias indústrias", indica o documento, sublinhando que muitos dos graduados deste programa "ocupam hoje posições de liderança em diferentes áreas do setor financeiro".

-0- PANA IZ 30nov2017