Agência Panafricana de Notícias

Frente nacional de defesa da Constituição solidariza-se com ex-primeiro-ministro guineense proibido de viajar

Conakry, Guiné (PANA) - A Frente Nacional para a Defesa da Constituição (FNDC) diz-se solidária com o ex-primeiro-ministro e membro do comité diretivo da estrutura, Sidya Touré, proibido quarta-feira última de embarcar no aeroporto de Conakry para uma viagem para a Côte d’Ivoire, constatou a PANA no local.

Num comunicado de imprensa, a FNDC declarou-se indignada por saber da "decisão injustificada" de proibição de viajar tomada pelo regime de Alpha Condé contra o ex-primeiro-ministro sob o regime do Presidente Lansana Conté (1984-2008), e ex-alto representante do Presidente Condé e líder da União das Forças Republicanas (UFR), que decidiu não se candidatar à Presidência da República.

"Não se trata nem mais nem menos da expressão de um medo de um regime paranóico", escreveu a FNDC, que, desde 2029, organiza manifestações esporádicas de rua para denunciar a candidatura do Presidente cessante, Alpha Condé, a um terceiro mandato graças a uma nova constituição adotada a 22 de março último.

A FNDC declarou no início desta semana que cerca de 100 dos seus ativistas e apoiantes tinham sido mortos a tiros durante "manifestações pacíficas."

Condena energicamente "este grave impedimento do exercício do direito constitucional de cada cidadão guineense de se estabelecer e circular no território da República, entrar e sair livremente do mesmo.

Esta implacabilidade contra líderes políticos e da sociedade civil, acrescenta a FNDC, é prova suficiente da "paranóia" do regime de Alpha Condé, "cuja queda é iminente", de acordo com a estrutura.

Na sua página do Facebook, um outro ex-primeiro-ministro, Mamadou Cellou Dalein, principal rival eleitoral do Presidente Condé, de facto excluído da FNDC, bem como dois outros candidatos, deram o seu apoio à mesma causa, denunciando esta proibição imposta ao líder da UFR.

Parentes mais chegados do ex-alto representante do Presidente Condé afirmaram que este último apresentou uma queixa contra um comissário do Aeroporto Internacional de Conakry-Gbessia, onde decorreram os factos.

-0- PANA AC/JSG/DIM/DD 15outubro2020