Agência Panafricana de Notícias

França preocupada com ficheiro eleitoral na Guiné-Conakry

Paris, França (PANA)  - França reafirmou a sua posição de que o ficheiro eleitoral da Guiné-Conakry “tem um caráter não consensual”, e apelou aos atores guineenses “para o diálogo e maior moderação”.

O Ministério francês dos Negócios Estrangeiros lembra que mantém a sua preocupação expressa durante os escrutínios referendários e legislativos.

Esta inquietação surge numa altura em que o Presidente cessante da Guiné-Conakry, Alpha Condé, se prepara para disputar um terceiro mandato à frente dos destinos do país, numa decisão fortememte contestada pela oposição.

França lembra igualmente que já condenou a violência que tem marcado este processo eleitoral,  causando vários mortos.

"A nossa preocupação permanece, quanto ao próximo escrutínio”, declarou quarta-feira, em conferência de imprensa, Agnès von der Mühll,  porta-voz do Quai d’Orsay (Ministério francês dos Negócios Estrangeiros).

Os peritos da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), enviados recentemente a Conakry,  fizeram auditoria ao ficheiro eleitoral guineense e afirmaram terem constatado várias irregularidades com mais de dois milhões 400 mil eleitores sem documentos justificativos.

Esta cifra representa um terço dos nomes constantes deste ficheiro.

Sob pressão de várias partes, a Comissão Eleitoral Nacional Independente (CNEI) guineense lançou, a 21 de julho último, a "revisão execional" dos cadernos eleitorais em previsão das eleições presidenciais de 18 de outubro próximo.

Atualmente, a Guiné-Conakry atravessa uma situação de fortes tensões e vivos protestos da oposição contra a candidatura do Presidente cessante Alpha Condé que já oficializou a sua intenção de disputar um terceiro mandato.

Segundo a porta-voz do Quai d’Orsay, França apela a todos os atores guineenses, para serem mais  responsáveis, previlegiar o diálogo e usar da maior moderação possível.

O Governo francês declara ainad o seu apoio às organizações regionais, como a CEDEAO e a União Africana (UA), bem como às Nações Unidas, nos seus esforços para evitar uma deterioração do clima político e um novo ciclo de violência, na Guiné-Conakry.

-0- PANA BM/TBM/FK/IZ 03set2020