Agência Panafricana de Notícias

França acusada de fazer jogo de djihadistas no Sahel

Paris, França (PANA) - A presença das forças francesas da operação Barkhane na luta contra o terrorismo no Sahel está a fazer o jogo dos grupos jihadistas, denunciou a Associação "Survie".

O alerta da Survie (Sobrevivência) surgiu um pouco antes duma reunião, segunda-feira última, em Nouakchott (Mauritânia), dos chefes de Estados do G5 Sahel, na presença do Presidente francês, Emmanuek Nacron.

"Sete anos e meio após o lançamento da Operação Serval (operação militar francesa, lançada em 2013, no Mali), e seis anos após a sua extensão por todo o Sahel com (a operação igualmente francesa) Barkhane, o resultado é incontestável: o intervencionismo francês agrava a situação, porque a presença militar francesa e abusos cometido pelos seus aliados permitem aos jihadistas recrutarem mais rapidamente do que as perdas que lhes são infligidas", indignou-se, num comunicado, a Survie, muito mobilizada na luta contra a "FrançÁfrica".

A Survie denuncia todas as formas de intervenção francesa em África e faz campanhas para uma verdadeira revisão da política externa francesa em África.

A seu ver, a França faz parte do problema da segurança no Sahel.

"Em vez de tentar esconder o encalhamento da sua força Barkhane, a França deve agora analisar a forma de se retirar para dar lugar a estratégias livremente decididas pelos Governos africanos", exortou.

"O esforço militar deve ser redirecionado para a proteção dos civis. A ajuda aos Exércitos africanos deve deixar de ser utilizada como pretexto para reforçar a interferência nas suas políticas. Quanto mais tempo o Exército francês ficar, mais fomentará o ressentimento contra a força ocupante que ela agora representa cada vez mais para habitantes da zona do Sahel", disse a associação.

A França e os países do G5 Sahel, designadamente Burkina Faso, Mali, Mauritânia, Níger e Tchad, reuniram-se segunda-feira última em Nouakchott para elaborarem um relatório sobre o progresso do cumprimento dos compromissos assumidos em janeiro de 2020 na Cimeira de Pau, na França, sobre a intensificação da luta contra grupos terroristas armados.

O encontro serviu igualmente para fazer um balanço da implementação de projetos de desenvolvimento.

-0- PANA BM/IS/DIM/DD 01junho2020