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FMI perspetiva negociações com novo Governo na Gâmbia

Banjul, Gâmbia (PANA) - Discussões entre o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a Gâmbia estão previstas para o início da primavera de 2017 num eventual apoio ao novo Governo deste pequeno país da África Ocidental, segundo uma fonte da referida entidade financeira.

O anúncio foi feito por uma equipa do FMI durante uma visita a Banjul, finda quarta-feira última.

Durante a visita, a delegação desta instituição financeira debateu com o Governo questões ligadas "à evolução económica e às perspetivas económicas para a Gâmbia, aos desafios económicos e às políticas do Governo, bem como às prioridades de reformas futuras", de acordo com o seu chefe, Ulrich Jacoby.

Num comunicado divulgado quinta-feira sobre a sua estada na Gâmbia, Jacoby indicou que a missão se reuniu com o Presidente Adama Barrow, o ministro das Finanças, Amadou Sanneh, o governador do Banco Central, Amadou Colley, e outros responsáveis governamentais, parceiros para o desenvolvimento e o setor privado.

Segundo o responsável do FMI, na próxima visita, as discussões versarão sobre a "consulta no quadro do artigo IV, retardada em relação ao ano de 2016 e às reformas possíveis de apoio do FMI".

A última consulta do Conselho de Administração do FMI em virtude do artigo IV com a Gâmbia ocorreu a 18 de setembro de 2015.

A Gâmbia é uma pequena economia baseada principalmente no turismo, na agricultura e nos fluxos de fundos, o que, consequentemente, a expõe a choques externos, como o mostrou mais recentemente a crise de Ébola na África Ocidental e a má colheita em 2014.

O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) real estimou-se em 0,9 porcento em 2014 enquanto as estimações governamentais previam uma subida em 2015 em 4,7 porcento.

Dados económicos subjacentes, como as chegadas de turistas, dados sobre o comércio, o crescimento do crédito e a produção agrícola, indicaram que o resultado foi muito mais mitigado senão em contradição.

Segundo o Banco Mundial, um défice orçamental crescente, as mudanças de política monetária ad hoc e o financiamento do Banco Central do défice, causou a macro de continuar a baixar em 2016 devendo reduzir o crescimento e o investimento privado.

Entre 2013 e 2016, o PIB real por habitante teria diminuído 20 porcento, o que sugere um aumento dos níveis de pobreza ao passo que o aumento simultâneo da migração para o exterior em 2014 e 2015 mostrou uma fragilidade macroeconómica acrescida.

-0- PANA AR/MA/MTA/IS/MAR/DD 24fev2017