Agência Panafricana de Notícias

FAO reconhece progressos de Angola no combate à fome

Roma, Itália (PANA) - Angola foi homenageada, em Roma, pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), pelo cumprimento do primeiro Objetivo de Desenvolvimento do Milénio (ODM), ao reduzir para metade a percentagem da população afetada pela fome e má nutrição.

O director-geral da FAO, José Graziano da Silva, que expressou a sua satisfação pelo trabalho de Angola no combate à fome, entregou o diploma de reconhecimento ao ministro angolano da Agricultura, Afonso Pedro Canga, que representou o Presidente José Eduardo dos Santos na cerimónia realizada sábado na capital italiana.

No discurso de agradecimento, Afonso Pedro Canga destacou que, ao reduzir em metade o número de pessoas malnutridas, o Governo angolano está a dar passos significativos no cumprimento do compromisso de combater a fome e a má nutrição no país e no mundo.

Segundo o governante, esta proeza deve-se “à visão estratégica do chefe de Estado, José Eduardo dos Santos, que elegeu a segurança alimentar, o combate à fome, à pobreza e o desenvolvimento rural como prioridades”.

O ministro explicou que, para se alcançar estes resultados, o Governo angolano implementou e continua a implementar um conjunto de programas nos domínios social e económico-produtivo, especificamente nos setores da agricultura, pescas, indústria, emprego, construção de infraestruturas, transportes, comércio, desminagem, saúde, assistência social, educação e ensino, formação profissional, assim como uma boa governação, que se traduz na gestão cuidada dos recursos públicos.

O titular da Agricultura recordou que, logo após o fim do conflito, em 2002, o Governo implementou com êxito um vasto e complexo programa de reassentamento das pessoas deslocadas e refugiadas, por causa da guerra, e um programa de reinserção social, económica e produtiva de milhares de ex-militares.

Neste âmbito, disse, regressaram para as zonas de origem ou de preferência mais de quatro milhões de pessoas que começaram a produzir os seus alimentos e deixaram de depender da ajuda alimentar.

Do mesmo modo, a agricultura familiar foi redinamizada e apoiada técnica e financeiramente, produzindo alimentos para o consumo e para a renda da família. E as crianças e jovens nas escolas recebem uma merenda, acrescentou.

Para Afonso Canga, este reconhecimento encoraja o Governo angolano a prosseguir com mais dinamismo e determinação nos esforços de reconstrução nacional, visando satisfazer as necessidades e as aspirações justas dos Angolanos, em particular o direito à alimentação.

“O Executivo angolano, liderado pelo engenheiro José Eduardo dos Santos, vem aumentando, anualmente, os orçamentos destinados à segurança alimentar e nutrição, à saúde, à educação, à assistência social e ao combate à pobreza”, disse.

Na ocasião, a FAO confirmou que, com este desempenho, Angola passou a figurar entre os 20 países que atingiram as metas internacionalmente estabelecidas de combate à fome antes do prazo final, estabelecido para 2015.

“Esses países estão a liderar o caminho para um futuro melhor. Eles são uma prova de que, com forte vontade política e cooperação, é possível obter reduções rápidas e duradouras da fome”, disse o director-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura.

Graziano da Silva pediu a todos os países que mantenham o empenho para a completa erradicação da fome, como proposto no Desafio Fome Zero, lançado em 2012 pelo Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon.

“A fome diminuiu em todo o mundo na última década, mas ainda existem 870 milhões de pessoas desnutridas e outros milhões a sofrer as consequências da escassez de vitaminas e minerais, inclusive a desnutrição infantil”, afirmou o diretor da FAO, acrescentando que “precisamos de manter os nossos esforços até que todos possam viver de forma saudável e produtiva”.

Segundo a FAO, os 20 países que já atingiram o primeiro ODM são Angola, Argélia, Bangladesh, Benin, Brasil, Cambodja, Camarões, Chile, República Dominicana, Fiji, Honduras, Indonésia, Jordânia, Malawi, ilhas Maldivas, Níger, Nigéria, Panamá, Togo e Uruguai.

-0- PANA ANGOP/IZ 17junho2013