Agência Panafricana de Notícias

FAO e Brasil assinam acordo de produção de algodão em países em desenvolvimento

Nairobi, Quénia (PANA) - O Brasil e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) assinaram um acordo de cooperação no valor de 20 milhões de dólares americanos destinado a beneficiar os demais países em desenvolvimento da perícia brasileira na produção de algodão.

Num comunicado divulgado quarta-feira em Roma, a FAO indica que este esforço de colaboração de quatro anos com o Instituto Brasileiro do Algodão (IBA) e a divisão da cooperação externa do Ministério brasileiro dos Negócios Estrangeiros é dirigido aos países participantes para uma assistência técnica e uma formação em melhores práticas da cultura e da comercialização do algodão.

As experiências tecnológicas e técnicas adquiridas através deste esforço serão agrupadas e divulgadas para promover a transferência de conhecimentos e competências.

Este projeto vai concentrar-se inicialmente em Haiti e na zona sul-americana de MERCOSUR com uma possibilidade de extensão a outros países em desenvolvimento na América Latina e em África.

O MERCOSUR agrupa quatro países da América Latina (Argentina, Brasil, Paraguaio e Uruguai).

A IBA do Brasil vai conceder um apoio financeiro de 10 milhões de dólares americanos enquanto a Agência de Cooperação Brasileira fornecerá 10 milhões de dólares suplementares.

Para além deste apoio financeiro, o Brasil tem uma experiência considerável na conceção de novas tecnologias para a cadeia de produção do algodão, através dos esforços de cooperação de desenvolvimento rural com outros produtores de algodão do mundo em desenvolvimento como o Benin, o Burkina Faso, o Tchad e o Mali.

O Gabinete Regional da FAO para a América Latina e as Caraíbas vai dar um apoio não financeiro de 200 mil dólares americanos em perícia e a informação técnica bem como na mobilização das suas redes internacionais para apoiar este esforço.

O algodão é fundamental para as economias de vários países em desenvolvimento, em particular na África Ocidental e Central, onde cerca de 10 milhões de pequenos exploradores agrícolas tiram os seus rendimentos deste setor.

Por conseguinte, este setor ocupa uma posição essencial no desenvolvimento e nas estratégias de redução da pobreza de vários governos em África, na Ásia e na América Latina.

"Este acordo representa uma oportunidade excelente de demostrar a eficácia da cooperação sul-sul entre os parceiros do mundo em desenvolvimento como motor dum crescimento económico sustentável", declarou o diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva, durante a cerimónia de assinatura do acordo na sede da FAO.

A cerimónia decorreu na presença do ministro brasileiro dos Negócios Estrangeiros, António de Aguiar Patriota.

Os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM), bem como os objetivos fixados durante a cimeira alimentar mundial de 1996, preconizam uma utilização acrescida das iniciativas de cooperação Sul-Sul destinadas a ajudar os agricultores a aproveitar o seu trabalho, encorajando a preservação e a utilização sustentável dos recursos naturais.

-0- PANA DJ/SEG/FJG/AAS/IBA/MAR/IZ 18out2012