Agência Panafricana de Notícias

Exportações de conservas e peixe caem 5,5% em Cabo Verde

Praia, Cabo Verde (PANA) - O valor das exportações cabo-verdianas de conservas e peixe congelado, no primeiro semestre do ano curso, tiveram uma  quebra de 5,5 por cento face ao primeiro semestre de 2020, apurou a PANA de fonte oficial.

De acordo com o Banco de Cabo Verde (BCV), este volume de vendas de conservas e peixe congelado ascendeu, de janeiro a junho, a mais de 1.602 milhões de escudos cabo-verdianos (14,6 milhões de euros),.

No primeiro semestre de 2020, essas mesmas vendas, que representam cerca de 80 por cento das exportações do arquipélago, ascenderam a 1.694 milhões de escudos cabo-verdianos (15,4 milhões de euros).

No entanto, este desempenho no primeiro semestre evidencia uma recuperação, tendo em conta a quebra de 42,2 por cento que essas exportações, então no valor de 554,6 milhões de escudos (cinco milhões de euros), acumulavam no primeiro trimestre de 2021, face ao mesmo período do ano anterior.

Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) de Cabo Verde, Espanha é o país que mais compra esses produtos cabo-verdianos, com uma quota superior a 60 por cento, mantendo uma forte atividade na indústria conserveira, essencialmente na ilha de São Vicente.

Essa indústria conserveira admitiu, em janeiro deste ano, problemas nas exportações, dada a falta de um acordo por parte da União Europeia para a derrogação de normas de origem.

Sem a aprovação do novo pedido de derrogação desde 2020, as exportações cabo-verdianas de conservas teriam encargos aduaneiros (por a matéria-prima ter origem em embarcações de pesca de outros países), colocando em causa a sobrevivência do setor.

Entretanto, a Comissão Europeia aprovou, em junho, uma derrogação de três anos das regras de origem preferencial nas conservas de filetes de atum, sarda, cavala e judeu por Cabo Verde.

Na decisão da Comissão Europeia, assinada pela sua presidente, Ursula Von Der Leyen, é assumido que a derrogação é de caráter temporário, por três anos, “e está sujeita a um melhor cumprimento das regras de origem aplicáveis aos produtos em causa e ao requisito relativo à cooperação administrativa”.

Entretanto, o Governo cabo-verdiano já admitiu que a derrogação da Comissão Europeia às normas de origem, viabilizando as exportações de conservas, será a última e que até 2023 o arquipélago deverá ter uma frota industrial nacional, com base numa frota pesqueira com capacidade para dar resposta às exigências que estão a ser feitas pela União Europeia.

-0- PANA CS/IZ 16ago2021