Exército promete inquérito após descoberta de sete corpos no Burkina Faso
Ouagadougou, Burkina Faso (PANA) - O Exército burkinabe anunciou, esta quinta-feira, a abertura dum inquérito após a descoberta, terça-feira, de sete corpos sem vida de civis crivados de balas, na localidade de Tanwalbougou, no leste do país.
Na sequência duma operação militar levada a cabo, a 29 de junho de 2020, na localidade de Boumoana, perto de Tanwalbougou, sete corpos de indivíduos abatidos a tiro teriam sido descobertos pelos habitantes, nos arredores da localidade, informa o Exército num comunicado.
Para esclarecer estes acontecimentos e situar a opinião pública, o ministro de Estado, ministro da Defesa Nacional e Antigos Combatentes instruiu a Inspeção-Geral das Forças Armadas Nacionais a abrir um inquérito administrativo, indica o comunicado.
Na quarta-feira, várias organizações da sociedade civil defenderam que se trata de ações cometidas pelo Exército contra populações civis, nomeadamente da comunidade fula.
O ministro da Defesa Nacional e Antigos Combatentes, que apresentou “as suas sentidas condolências às famílias e aos próximos das vítimas”, tranquilizou “que se a responsabilidade de elementos das forças de defesa e segurança for comprovada, os autores responderão pelos seus atos, em conformidade com as leis e os regulamentos que regem as Forças Armadas Nacionais”.
Algumas semanas antes, na mesma localidade, das cerca de 20 pessoas detidas e conduzidas às instalações duma gendarmaria, os corpos sem vida de cerca de 10 delas foram descobertos no dia seguinte em celas.
Eram maioritariamente da etnia fula.
A situação de segurança do Burkina Faso é marcada por ataques terroristas desde 2015, com vários mortos e milhares de deslocados.
É neste clima deletério que o país se prepara para o duplo escrutínio presidencial e legislativo de 22 de novembro próximo.
-0- PANA TNDD/JSG/FK/IZ 02julho2020
