Agência Panafricana de Notícias

Exército americano forma soldados moçambicanos na luta antiterrorismo

Maputo, Moçambique (PANA)  - Os Governos norte-americano e moçambicano lançaram um Programa Conjunto de Troca Combinada (JCET), no quadro do qual as forças especiais norte-americanas formarão os soldados moçambicanos a apoiar os esforços para impedir a propagação do terrorismo e do extremismo violento, no país.

O comandante adjunto do Comando dos Estados Unidos para África (AFRICOM), coronel Richard Schmidt, representou o Departamento norte-americano da Defesa durante a cerimónia de lançamento, enquanto o general Ramiro Ramos Tulcidás,  esteve presente pelo Governo moçambicano.

Além da formação, o Governo norte-americano ofereceu material médico e de comunicação ao Governo moçambicano, de acordo com um comunicado publicado no site Internet da Embaixada dos Estados Unidos, em Maputo.

Elementos do Estado Islâmico (EI)  foram responsabilizados pela violência e por crimes cometidos, desde 2017, na província do Cabo Delgado, no norte de Moçambique. 

Pelo menos duas mil 614 pessoas  foram mortas neste conflito, incluindo mil 312 civis.

De acordo com a organização internacional Save the Children, quase 670 mil pessoas estão deslocadas no interior de Moçambique, devido ao conflito no Cabo Delgado, cerca de sete vezes mais do que o número relatado no ano anterior.

Num comunicado difundido terça-feira, a organização declara que crianças de apenas 11 anos de idade foram decapitadas no Cabo Delgado, enquanto o conflito continua a provocar a deslocação de vários milhares de pessoas.

A Save The Children declarou  ter falado recentemente com famílias de deslocados que relataram cenas de crimes e sofrimentos horríveis e a perda de entes queridos.

A Embaixada dos Estados Unidos afirmou ter feito do respeito dos direitos humanos, proteção dos civis e compromisso com a sociedade civil uma prioridade em qualquer ajuda à proteção.

"Os Estados Unidos comprometeram-se a apoiar Moçambique através de uma abordagem holística e multidimensional, visando lutar e impedir a propagação do terrorismo e extremismo violento”, disse a representação diplomática.

Acrescentou que esta iniciativa tem em consideração as questões de desenvolvimento socioeconómico mas também a situação de segurança.

"A proteção civil, os direitos humanos e o compromisso junto das comunidades são essenciais para a cooperação  norte-americana  e fundamentais para lutar eficazmente contra o Estado Islâmico em Moçambique”, disse a Embaixada norte-americana.

-0- PANA MA/NFB/JSG/FK/IZ 17março2021