Agência Panafricana de Notícias

Ex-primeira-ministra moçambicana lidera Comité de Sábios da UA

Addis Abeba, Etiópia (PANA) - A ex-primeira-ministra moçambicana, Luísa Diogo, foi nomeada chefe do Comité de Sábios, um pilar essencial da arquitectura de paz e segurança da União Africana (UA).

"Vamos trabalhar arduamente para restabelecer a paz no continente. Os que estão afetados pelos conflitos armados são o nosso principal alvo ", declarou Luísa Diogo, economista de renome, no final da 14ª reunião do painel realizada entre 16 a 17 de Setembro.

O Comité composto por cinco membros foi criado em 2007 no quadro duma estratégia mais ampla de apoio aos esforços de África para detetar e parar as ameaças potenciais de se transformar em guerras de grande escala.

Ele compreende "personalidades africanas muito respeitadas provenientes de diversos setores da sociedade e que fizeram contribuições relevantes à causa da paz, segurança e desenvolvimento no continente."

Durante a sua reunião, os membros do Comité mencionaram especificamente os litígios eleitorais como a maior ameaça para a estabilidade política de África.

No entanto, eles acordaram focar a sua atenção não sobre questões políticas, mas na luta contra a impunidade, a justiça, a reconciliação e a governação.

"Se os conflitos armados causam milhões de vítimas diretas, as mortes indiretas devido aos conflitos armados são, em média, 14 vezes mais importantes do que as mortes que ocorrem como resultado do combate direto", indicou o presidente cessante do Comité, Salim Ahmed Salim.

Salim Ahmed Salim, ex-secretário-geral da Organização de Unidade Africana (OUA), e outros membros do Comité acordaram tornar-se "amigos" do Comité no final dos seus mandatos e continuar a ajudar os novos membros na sua missão.

Os novos membros são o antigo secretário-geral da OUA, Edem Kodjo, Lakhdar Brahimi, da Argélia, a ex-Vice-Presidente ugandesa, Speciosa Kazibwe, e Albina Assis, de Angola.

Por outro lado, o comissário da UA para Paz e Segurança, Smail Chergui, pediu ao Comité para ultrapassar a "análise prospetiva" e se envolver nos trabalhos universitários para resolver as causas dos conflitos.

Os responsáveis da UA consideram também que África deve passar de alerta precoce face às ameaças de conflito para a resposta precoce aos conflitos.

-0- PANA AO/SEG/NFB/DIM/TON 18setembro2014