Agência Panafricana de Notícias

Ex-Presidente mauritano Aziz acusado de ceder ilha a príncipe de Qatar

Nouakchott, Mauritânia (PANA) - O ex-Presidente mauritano, Mohamed Ould Abdel Aziz (2008-2019), é acusado de ter proposto a cessão duma ilha do território nacional (a 100 quilómetros a norte de Nouakchott) a um príncipe do Qatar, soube a PANA de fontes parlamentares.

Ould Abdel Aziz está sob a vigilância duma Comissão Parlamentar de Investigação (CEP) encarregue de fiscalizar a sua governação durante 11 anos, principalmente alegações sobre a atribuição de várias dezenas de contratos de mercados, de acordo com as mesmas fontes.

Três ex-primeiros-ministros e vários ex-ministros e empresários próximos do ex-chefe do Estado mauritano foram ouvidos pela comissão parlamentar, alguns por duas ou três vezes.

Devido a estas acusações, Isselkouould Ahmed, embaixador mauritano em Londres (Grã-Bretanha), recentemente transferido para Roma (Itália), depois de ter sido ministro dos Negócios Estrangeiros por vários anos sob o regime de Mohamed Abdel Aziz, foi ouvido por deputados há algumas semanas, sobre uma alegada conexão com a proposta da venda da ilha.

Este último acabou, logo depois, de anunciar a sua demissão, por causa, disse ele próprio, destas "acusações contra mim, no caso duma proposta de transferência duma ilha do território nacional."

"Fui à Comissão Parlamentar de Investigação (CEP) para lavar minha honra. Eu nunca tive nada para me censurar na minha carreira como alto funcionário, mas os membros da comissão tentaram manchar a minha reputação", queixou-se o embaixador demissionário.

Mohamed Ould Abdel Aziz chegou ao poder a 6 de agosto de 2008, por meio de um golpe de Estado contra o então Presidente mauritano,  Sidi Ould Cheikh Abdellahi.

Também foi o arquiteto dum outro golpe de Estado contra em 2005 conbtra o então Presidente Maaouya Ould Sid’Ahmed.

Foi eleito Presidente da República em julho de 2009 e reeleito para um segundo mandato em junho de 2014.

Cedeu o poder, a 1 de agosto de 2019, por via eleitoral, a Mohamed Cheikh ould Ghazouani, um general aposentado como ele e um amigo de há 40 anos.

 -0- PANA SAS/BEH/MAR/DD 13julho2020