Agência Panafricana de Notícias

Etiópia realça evolução de sua contestada barragem hidroelétrica

Addis Abeba, Etiópia (PANA) - Um quarto e último enchimento da controversa Grande Barragem de Renascença (GERD, sigla em inglês), cuja construção é contestada pelo Egito e pelo Sudão, foi bem-sucedido, anunciou domingo o primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed.

Numa mensagem publicada domingo na sua página X (ex-twitter), citada pela Agência de Notícias Etíope (ENA, sigla em inglês), Ahmed disse que, "graças aos nossos esforços de colaboração, Deus ajudou-nos."

Felicitou todos aqueles que participaram em todas atividades do projeto com dinheiro, tempo, mão de obra e orações.

"Houve muitos desafios por ultrapassar. Fomos puxados por trás. Estivemos confrontados com desafios internos e pressões externas. Mas ultrapassamos todos estes obstáculos e chegamos a esta fase. Porém, ainda não acabamos de subir a montanha, mesmo que tenhamos atingido o cimo", regozijou-se.

Exortou os Etíopes a manterem o seu apoio até ao acabamento total da barragem, estimada em 4.200.000.000 dólares americanos.

Em agosto de 2022, as autoridades etíopes declararam ter concluído o terceiro enchimento da barragem, cuja segunda turbina acaba de começar a produzir oficialmente eletricidade.

A segunda turbina tem uma capacide de 375 megawatts (MW), ou seja, a mesma que a primeira inaugurada pelo mesmo primeiro-ministro etíope a 20 de fevereiro de 2022, o que eleva a 750 MW a produção  total de eletricidade da infraestrura.

Construída sobre o rio Nilo Azul em Guba, no leste do Estado regional de Benishangul Gumuz (oeste), a GERD terá cabalmente 13 turbinas uma vez concluída, devendo assim produzir 5 150 MW de eletricidade.

Obviamente, o Egito condenou o empreendimento da Etiópia, na voz do seu Ministério dos Negócios Estrangeiros, que o qualificou de "llegal".

"As medidas unilaterais da Etiópia são consideradas um desprezo dos interesses e direitos dos países a jusante e sa sua segurança em matéria de água, tal como garantidos pelos princípios do direito internacional", declarou o Ministério egípcio dos Negócios Estrangeiros.

Avançou que cerca de  97 por cento pessoas, ou seja, 106.000.000 de egípcios, vivem ao longo do Nilo e dele dependem como fonte de água doce.

Durante mais de uma década de construção da GERD, o Egito deixou entender que faria tudo que fosse no seu poder para impedir a conclusão destas obras, aludindo mesmo a uma ação militar.

Do seu lado, o Sudão, oposto a esta obra etíope, recorreu ao Conselho de Segurança das Nações Unidas para que convoque uma sessão especial sobre este conflito.

Na sua carta enviada ao CS das Nações Unidas, o Sudão pede que seja examinado o impacto da GERD sobre a segurança de milhões de pessoas que vivem nas margens do Nilo Azul e do Nilo principal que atravessa o Sudão, o Egito e a Etiópia.

-0- PANA MA/NFB/JSG/DD 11setembro2023