Agência Panafricana de Notícias

Estudo da OIT constata evolução brusca de salários em África

Dakar, Senegal (PANA) - Os salários em África evoluíram bruscamente entre 2007 e 2009, enquanto que o crescimento mundial dos salários médios mensais abrandou em 2,8 por porcento em 2007, nas vésperas da crise, em 1,5 porcento em 2008 e em 1,6 porcento em 2009, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Num relatório que analisa dados provenientes de 115 países e territórios abrangendo 94 porcento dos cerca de um bilião 400 milhões de trabalhadores no mundo, a OIT explica que, em África, o salário médio mensal aumentou cerca de 1,4 porcento em 2007, antes de diminuir em 0,5 porcento em 2008 e voltar e pular 2,4 porcento em 2009".

o documento intitulado "Relatório Mundial sobre os Salários 2010/11 - Políticas Salariais em Tempos de Crise" constata variações consideráveis nas taxas de crescimento salarial entre as regiões, precisando que este aumento, embora lento, mantém-se positivo na Ásia e na América Latina, ao passo que outras regiões como a Europa Oriental ou a Ásia Central conheceram quedas drásticas.

O relatório, o segundo publicado pela OIT, sobre este tema desde 2008, estima que, desde meados dos anos 1990, a proporção de pessoas que recebem as remunerações mais baixas aumentou em mais de dois terços dos países sobre os quais os dados estavam disponíveis.

"Estamos num mundo onde a procura é insuficiente, enquanto as enormes necessidades permanecem insatisfeitas e o desemprego continua a um nível elevado", defende o relatório que apela aos responsáveis pelas políticas macroeconómicas para "concentrar as suas atenções nos empregos e na fixação dos salários para reforçar a fraca retoma e tratar a longo prazo os desequilíbrios socioeconómicos".

Sobre o problema do desemprego, o relatório indica que o número de desempregados aumentou em 29 milhões no mundo em 2009, e que a crise teve sérios efeitos negativos nos mercados do trabalho.

"A taxa de desemprego global aumentou drasticamente, passando de 5,7 porcento da mão-de-obra em 2007 para 6,4 porcento em 2009", indica o texto, acrescentando que "o número de desempregados evoluiu de 177,8 milhões de indivíduos em 2007 para 206,7 milhões em 2009 ".

"Se o desemprego aumentou, principalmente nas economias avançadas, o impacto da crise nos países em desenvolvimento, de rendimento fraco ou médio (que geralmente têm sistemas de proteção social menos desenvolvidos), manifesta-se pela deterioração da qualidade do emprego e por uma mudança para formas mais vulneráveis do emprego ", diz o documento.

-0- PANA SIL/SSB/CCF/IZ 03bril2011