Agência Panafricana de Notícias

Estados Unidos preocupados com suspensão de presidente do Supremo na Nigéria

Abuja, Nigéria (PANA) – A Embaixada dos Estados Unidos na Nigéria exprimiu a sua "profunda preocupação” pela suspensão do presidente do Tribunal Supremo, Walter Samuel Nkanu Onnoghen, pelo Presidente Muhammadu Buhari, a poucas semanas das eleições gerais.

No lugar de Walter Onnoghen, O Presidente nigeriano indicou como presidente interino do Supremo o juiz Tanko Mohammed.

O Presidente Buhari declarou que suspendeu o presidente do Tribunal Supremo, porque este último "não declarou o seu património".

A Embaixada dos Estados Unidos declarou que as próximas eleições nacionais na Nigéria constituem um teste crítico da democracia no país.

Indicou que a sua preocupação pela suspensão do chefe do aparelho judicial nigeriano e pela sua substituição se baseava no facto de a medida ter sido aplicada sem o apoio da Assembleia Nacional, como o prevê a lei nigeriana, mas igualmente devido ao momento escolhido para o fazer a algumas semanas das eleições nacionais.

Na sua declaração, os Estados Unidos indicam ter constatado que a Nigéria é amplamente criticada por aqueles que consideram que essa decisão "é inconstitucional" e que prejudica a independência do poder judicial. "Isto mancha a determinação declarada do Governo, dos candidatos e dos líderes de partidos políticos de fazer com que as eleições decorram de maneira livre, justa, transparente e pacífica, para dar resultados credíveis”.

A Embaixada declarou que os problemas levantados por essa decisão deveriam ser resolvidos rapida e pacificamente no respeito dos procedimentos estabelecidos, no respeito total da regra de direito e do espírito da Constituição da Nigéria.

"Uma tal ação impõe-se com toda a urgência para que não manche o processo eleitoral’, indicou a comunicado.

A medida de suspensão gerou uma polémica geral na Nigéria desde o seu anúncio, e o Partido Democrático Popular (PDP, no poder), advogados e o presidente do Senado nigeriano, Abubacar Bukola Saraki, fazem parte dos que criticaram a decisão.

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