Agência Panafricana de Notícias

Estados Unidos instam Togo a divulgar resultados eleitorais por assembleia de voto

Lomé, Togo (PANA) – Os Estados Unidos aconselham as autoridades competentes togolesas a divulgarem os resultados das eleições, por assembleia de voto, para “aumentarem a confiança de todos nos resultados finais”, soube a PANA em Lomé.

Os Estados Unidos, que felicitam o povo togolês por estas eleições pacíficas, encorajam a CENI (Comissão Eleitoral Nacional Independente) “a trabalhar de maneira construtiva com todas as partes para tratarem de qualquer reclamação relativa à irregularidade constatada no dia do escrutínio”, lê-se num comunicado da Embaixada dos Estados Unidos publicado quinta-feira última.

Para os Estados Unidos, uma medida que o Governo do Togo poderá tomar para aumentar a transparência é divulgar os resultados por assembleia de voto para aumentar a confiança de todos nos resultados finais.”

Os Estados Unidos afirmam, além disso, estar "preocupados" com os "esforços de observação limitados, nomeadamente a decisão dececionante da CENI de anular a acreditação duma organização da sociedade civil neutra, acompanhada pelos Estados Unidos para observar o processo eleitoral.

O comunicado alude assim à anulação, a cerca de 72 horas do escrutínio, da acreditação da Coordenação Nacional da Sociedade Civil (CNSC), uma organização togolesa que devia receber o apoio do Instituto Nacional Democrático (NDI), uma organização americana eficaz sobre a questão).

Os seus membros foram instados a deixar o mais rápido possível o país e seus computadores apreendidos, lê-se na nota.

O Conselho Episcopal do Togo, representante da igreja católica, viu-se igualmente impedida de observar as presidenciais, à semelhança de várias organizações da sociedade civil críticas ao regime no poder, indicou o documento.

Para os Estados Unidos, são a observação das eleições e a participação ativa da sociedade civil que dão credibilidade, transparência e integridade ao processo eleitoral.

Não permitir a sua plena participação é uma ocasião perdida para o Governo e o povo togolês, considera o comunicado.

Apesar destas falhas, que irritaram mesmo o Governo americano, os Estados Unidos, continuam a trabalhar com o Governo e o povo togoleses para promoverem valores comuns da saúde, de segurança, da educação e do crescimento económico, reforçando  instituições democráticas.

A 22 de fevereiro último, o Togo organizou um escrutínio presidencial vencido, segundo a CENI, por Faure Gnassingbé, com 72,36 por cento contra 18,37 por cento de Grabriel Messan Agbeyomé Kodjo, segundo candidato mais votado.

Muitos candidatos denunciaram irregularidades, nomeadamente um enchimento de urnas, uma caça a delegados da oposição nas assembleias de voto, bem como a proclamação dos resultados julgados “fantasistas” por partidos políticos.

-0- PANA FAA/BEH/SOC/MAR/DD 28fev2020