Agência Panafricana de Notícias

Estados Unidos advertem contra violência eleitoral na Nigéria

Abuja, Nigéria (PANA) - Os Estados Unidos endureceram a sua posição relativamente às próximas eleições na Nigéria, com o seu embaixador neste país da África Ocidental, Stuart Symington, a ameaçar os líderes políticos nigerianos de sanções severas se incitarem as populações à violência, perturbando assim a boa organização do escrutínio.

A Nigéria organiza eleições presidenciais e legislativas a 16 de fevereiro corrente, e as dos governadores e assembleias estaduais, a 2 de março de 2019.

Symington desaconselhou os funcionários a deixar-se abusar pelos homens políticos que poderão emitir diretivas ilegais, utilizando o nome de altos responsáveis.

O diplomata americano lançou as suas advertências quinta-feira, em Makurdi, no Estado de Benue, no no centro-norte da Nigéria, no termo de uma reunião com o governador do Estado, Samuel Ortom.

O enviado de Washington, que desaconselhou qualquer aplicação de diretivas ilegais com o objetivo de manipular as eleições, disse que os líderes políticos têm a responsabilidade de velar por que as eleições deste ano sejam livres e justas.

Embora Symington não tenha mencionado o nome do Presidente Muhammadu Buhari, sabe-se que este último exprimiu reiteradamente o seu compromisso de organizar eleições livres e transparentes.

Assinou com os outros candidados às presidenciais um acordo de paz, prometendo o seu engajamento a favor de eleições pacíficas e não violentas.

O embaixador exortou os Nigerianos a não acreditar nos que querem comprometer o processo eleitoral, lembrando que as pessoas são responsáveis pelos seus atos.

Esta declaração de Symington acontece dois dias depois que o governador do Estado de Kaduna, no noroeste do país, Nasir El Rufai, preveniu que qualquer intervenção militar na Nigéria iria enfrentar uma resistência.

As declarações do governador divulgadas na televisão nacional suscitaram indignação e levaram o Partido Popular Democrático (PDP, oposição) a ameaçar retirar-se do acordo de paz assinado pelos partidos políticos para promover a organização de eleições sem violência.

Os observadores da União Europeia reagiram quarta-feira às declarações de El Rufai, precisando que estavam na Nigéria como convidados para acompanhar o processo eleitoral e não para se ingerir nos assuntos do país.

No mês passado, os Estados Unidos e os seus aliados ocidentais (Reino Unido e União Europeia) emitiram advertências similares depois do protesto suscitado pela suspensão do Presidente do Tribunal Supremo da Nigéria, Walter Onnoghen, pelo Presidente Buhari.

-0- PANA MON/MA/NFB/JSG/MAR/IZ 08fev2019