Agência Panafricana de Notícias

Estado ivoiriense chamado a reabilitar direitos políticos de Laurent Gbagbo

Abidjan Côte d'Ivoire PANA -OComitė dos Direitos humanos das Nações Unidas apelou ao Estado ivoiriense para garantir o pleno exercício dos direitos políticos do ex Presidente ivoiriense, Laurent Gbagbo, soube a PANA de fonte oficial.

Lançado a 20 de agosto corrente, o apelo do Comité segue-se a um requerimento do ex-chefe do Estado ivoiriense (2000-2010), datado de 21 de julho último, no qual expôs estes desideratos.

Citado num comunicado da instituição onusina, o requerente denunciou obstáculos à sua participação na vida política do pais.

O Comité convida o Estado ivoiriense a garantir o direito de Gbagbo de se candidatar às eleições presidenciais previstas para outubro próximo na Côte d'ivoire, em conformidade com o artigo 25 do Pacto Internacional relativo aos direitos civis e políticos.

O ex-estadista ivoiriense contestou igualmente uma  condenação ligada a um caso do BCAO (Banco Central da África Ocidental), considerando-a “atentatória” aos seus direitos políticos, lê-se na nota.

Diz-se por aí que alguém me julgou e me condenou e que, por causa disto, não posso ser candidato. Será que vocês acreditam nisso mesmo?", se queixou Gbagbo, reportado no comunicado.

.“Não se julga um Presidente da República de qualquer maneira. Não se pode julgá-lo em qualquer jurisdição. Portanto, eu rejeito este julgamento. Aliás, há uma amnistia que, em princípio anula todos os factos. Não são os homens que o fazem mas os factos. Então, qual é esta amnistia que é feita de tal maneira que só os meus amigos sejam amnistiados mas eu não?", interrogou-se o político no seu requerimento.

À sua semelhança, por decisões judiciais, também foram retirados da lista eleitoral algumas figuras importantes da oposição, nomeadamente Tidjane Thiam, presidente do Partido Democrático da Côté d'Ivoire (PDCI), uma das vozes mais sonantes no pais, por causa da sua dupla nacionalidade, ivoiriense e francesa.

A menos de dois meses das eleições presidenciais, esta decisão coloca as autoridades ivoirienses sob uma pressão jurídica e política crescente, dizem observadores da cena política ivoiriense.

Ou acatam as recomendações das Nações Unidas ou se expõem a uma nova polémica eleitoral, concluem.

-0- PANA DD 22agosto2025