Agência Panafricana de Notícias

Espanha aceita acolher navio com migrantes africanos salvos ao largo da Líbia

Bruxelas, Bélgica (PANA) – O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchez, anunciou no fim de semana passado que o seu país aceita que o barco de salvamento Open Arms acoste no porto de Algésiras com os 107 migrantes ainda a bordo dos 147 migrantes salvos de naufrágio ao largo da Líbia, há 17 dias.

Situado a mais de dois mil quilómetros da posição onde o navio está a errar, o porto de Algésiras não poderá ser atingido antes de seis dias, enquanto a situação sanitária está a deteriorar-se a bordo do navio.

Assiste-se a uma crise  de ansiedade  entre os  migrantes a bordo do navio, obrigando os agentes de socorros a controlar os migrantes que compreenderam isso,  enquanto outros, em pânico, mergulham no mar, para tentar atingir a terra firme a nado em direção à ilha de Lampedusa.

Os scorroristas do Open Arms acionam então as canoas motorizadas  para ir recuperá-los em pleno mar.

A situação tornou-se insustentável a bordo, queixa-se o porta-voz da Organização não Governamental (ONG) espanhola "Proativa", que fretou o barco de salvamento.

Devido a férias de Verão, os países da União Europeia (UE) tardam a decidir a repartição dos migrantes salvos.

França anunciou que está disposta a acolher pelo menos 40 migrantes à condição de o  navio não atracar  num porto francês.

O Open Arms deverá então atracar em Malta ou Chipre, onde deverá fazer-se a seleção dos migrantes que preenchem as condições de acolhimento, em França.

Os portos italianos, por odem do seu  ministro do Interior, Matteo Salvini, continuam encerrados à atracagem dos navios  com migrantes africanos.

A situação geral tornou-se num quebra-cabeça kafkiano,  enquanto um outro barco, o Ocean Viking fretado pela ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF), com 365 migrantes africanos salvos ao largo da Líbia, erra ao mesmo tempo no mar Mediterrâneo, sem poder acostar em Itália nem num outro porto europeu.

Neste navio de socorros estão maioritariamente migrantes sudaneses, egípcios, nigerinos e beninenses, afirmou a organização MSF.

-0- PANA AK/TBM/FK/IZ 19ago2019