Agência Panafricana de Notícias

Enviado da UA defende "diálogo positivo" para a Guiné-Bissau

Dakar- Senegal (PANA) -- A resolução dos problemas da Guiné- Bissau passa necessariamente pela adoção de uma postura de "diálogo positivo e construtivo e da cultura democrática", advogou segunda-feira o representante especial da União Africana (UA) no país, Sebastião Isata.
O emissário da UA, também nomeado para chefiar a Representação permanente desta organização panafricana a ser aberta nos próximos dias em Bissau, disse ser importante não se perder de vista que a pobreza extrema está entre os principais fatores da instabilidade político-militar que o país vive há várias décadas.
Sebastião Isata, diplomata e docente universitário angolano ao serviço da organização panafricana desde Junho passado, falava à PANA por telefone a partir da capital bissau-guineesne depois dos seus primeiros encontros com as autoridades governamentais locais.
Ele disse ter iniciado a sua agenda com audiências com o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, e com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Adelino Mano Queta, antes de se avistar com o Presidente da República, Malai Bacai Sanhá, e outras personalidades.
Segundo ele, estas audiências fazem parte do seu programa de contactos que inclui também encontros com os partidos políticos e representantes da sociedade civil, no quadro da busca de contribuições sobre as vias a seguir para a estabilização do país.
Os primeiros encontros já permitiram passar em revista os esforços em curso, interna e externamente, para o regresso do país à normalidade constitucional e a consolidação da democracia pluralista, disse.
Por outro lado, acrescentou, as conversações abordaram igualmente a problemática da reforma do setor de defesa e segurança incluindo a necessidade de atribuição de uma pensão condigna aos antigos combatentes, e do regresso da União Europeia (UE) a Bissau.
Sobre a complexa questão do tráfico de drogas que tem conhecido contornos extremamente preocupantes no país, e que tende a dificultar mais ainda os esforços para estabilização nacional, Isata disse tratar-se de "um problema de natureza transfronteriça".
"O narcotráfico é um problema de natureza transfronteiriça que impõe ações conjugadas dos países da região", concluiu o diplomata angolano e jurista de formação, de 52 anos de idade, que se encontra em Bissau desde domingo à tarde.