Agência Panafricana de Notícias

Embaixador angolano na UA preocupado com conflito na RDC

Luanda, Angola (PANA) - O embaixador de Angola na Etiópia e na União Africana (UA), Arcanjo do Nascimento, considerou de “bastante preocupante” a situação na República Democrática do Congo (RDC) “sobretudo com o reacender do conflito no leste do país”.

Falando durante a 324ª reunião do Conselho de Paz e Segurança (CPS) da UA realizada quinta-feira na capital etíope, Addis Abeba, Arcanjo do Nascimento lembrou que Angola partilha uma extensa fronteira com a RDC e que tudo o que acontece neste Estado vizinho “tem reflexos no nosso país”.

Segundo ele, Angola tem estado a jogar “um papel fundamental” para a garantir a estabilidade e a segurança da RDC pelo que, acrescentou, hoje deixou de ser “um foco de desestabilização”.

A grandiosidade territorial da RDC, ante a incapacidade do Governo em controlar este vasto território, e os inúmeros recursos naturais de que dispõe foram apontados pelo embaixador Arcanjo do Nascimento como “fatores que contribuem para a escalada de instabilidade constante naquele país com a atuação de vários grupos rebeldes”.

Por outro lado, Arcanjo do Nascimento chamou a atenção para que a Organização da Conferência dos Grandes Lagos assuma o seu verdadeiro papel com vista a acabar com o sofrimento das populações.

"Com o reacender da guerra no leste da RDC, as mulheres e as crianças são as que mais sofrem pois ficam numa situação difícil devido à sua vulnerabilidade”, declarou o diplomata citado numa nota de imprensa transmitida à PANA em Luanda.

Ele louvou os esforços de diálogo bilateral em curso entre a RDC e o vizinho Rwanda no sentido de se pôr fim às acusações mútuas e trabalharem juntos para acabar com os grupos rebeldes que tentam desestabilizar o leste da República Democrática do Congo.

Durante a reunião de quinta-feira, os membros do Conselho de Paz e Segurança da UA condenaram firmemente as ações levadas a cabo pelos grupos armados que atuam no leste da RDC, nomeadamente o CNDP e o M23.

O Conselho solicitou o engajamento do CNDP quanto ao respeito pelos acordos de Goma assinados com o Governo congolês, para que este grupo abandone as armas e se transforme num partido político no respeito da ordem constitucional.

Apelou ainda para que o M23, uma outra fação militar, dissolva a sua ala belicista e entregue as armas às forcas governamentais nos Kivus Norte e Sul.

O CPS atribuiu toda a responsabilidade ao M23 (milícia armadas) pelos combates e pelos assassinatos das populações civis nos dois Kivus.

Para além da questão do conflito na RDC, a 324ª reunião do CPS abordou também a situação prevalecente na Guiné-Bissau e no Mali, à luz dos golpes de Estado ocorridos recentemente nestes dois países oeste-africanos.

-0- PANA IZ 22junho2012