Agência Panafricana de Notícias

Efetivos fiscais aquém dos desafios da caça furtiva em Moçambique

Maputo, Moçambique (PANA) – Moçambique tem uma vasta área para proteger, estimada em 95 mil quilómetros quadrados, mas com uma força de fiscalização que numérica e qualitativamente ainda não está a nível de exercer a efetiva prevenção da caça furtiva, segundo fonte oficial.

De acordo com a Administração Nacional de Áreas de Conservação (ANAC), esta situação confere uma relativa porosidade aos caçadores furtivos que invadem as diversas áreas de conservação para o abate de espécies faunísticas.

Por outro lado, indicou a fonte, o facto de o país ter uma extensa área de fronteira terrestre com seis países e a existência de um nível de vulnerabilidade muito grande mesmo em locais oficiais onde funcionam os postos fronteiriços atiça igualmente o apetite dos traficantes dos diversos produtos da fauna.

“O efetivo nas áreas de conservação está na ordem de 624 fiscais ativos, dos quais 40 porcento devem ser reformados por várias razões como a idade e aptidão física”, precisou o diretor de Proteção e Fiscalização da ANAC, Carlos Pereira.

Para Carlos Pereira, o número necessário é dois mil e 300 novos fiscais, mas que, por razões orçamentais e da situação económica do país, "é praticamente impossível realizar esse desiderato".

Aliás, explicou, a falta de fiscais contribui, em parte, para a tendência ainda preocupante de espécies abatidas e a sua ocorrência coloca o país nos lugares cimeiros do tráfico ilícito de produtos da fauna.

“A tendência é que ainda não conseguimos estabilizar, muito menos diminuir, a incidência deste crime, mas os progressos que temos nos últimos tempos são palpáveis”, disse, notando que já existem ações muito concretas que se saldaram em resultados também concretos.

Na semana passada, a fiscalização conseguiu neutralizar um organizador da caça furtiva de nacionalidade tanzaniana, no distrito de Montepuez, que atuava no norte do país, especificamente na Reserva Nacional do Niassa, e no sul da vizinha Tanzânia.

O indivíduo, já sob custódia da Polícia, é também acusado de porte de identidade falsa, uma vez que usava um bilhete de identidade alheio. Ele aguarda pelos processos correm seus trâmites para a sua deportação e entrega às autoridades tanzanianas.

-0- PANA AIM/IZ 26julho2017