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Ecobank financia criação do Instituto da África Ocidental

Paris- França (PANA) -- O banco oeste-africano ECOBANK vai financiar perto de 50 milhões de dólares americanos sob forma de capital do Instituto da África Ocidental (IAO), uma estrutura especializada em integração regional, revelou à PANA o ministro cabo-verdiano dos Negócios Estrangeiros, José Brito.
"O ECOBANK, que é o parceiro privado do projecto, vai lançar este apelo para capital junto dos Estados da CEDEAO.
Os juros obtidos deste capital vão servir para garantir a autonomia financeira do Instituto", explicou no termo da terceira reunião do Comité de Pilotagem do IAO organizada em Paris.
Segundo o ministro, o Comité de Pilotagem permitiu resolver os últimos permenores do arranque efectivo das actividades do IAO, previsto para Setembro de 2010.
O Parlamento cabo-verdiano devia adoptar sexta-feira passada a lei relativa à criação do IAO, depois do seu exame pelas comissões especializadas, disse.
"Será a última etapa no plano jurídico", assegurou o também presidente do Comité de Pilotagem, insistindo no carácter inédito da nova estrutura.
"Trata-se dum instituto ao mesmo tempo internacional, regional e nacional; publico e privado.
Precisamos de adoptar uma lei específica para tornar isto possível.
Poderíamos iniciar de imediato as actividades do IAO, mas preferimos esperar até Setembro para não negligenciar nenhum pormenor", explicou Brito.
Ele apresentou ainda outros resultados do terceiro Comité de Pilotagem dos quais a definição do formato do Conselho de Administração, a sua composição, bem como o perfil do seu director.
"O Conselho de Administração (CA) será composto por 20 pessoas, ou seja 15 para os Estados-membros da CEDEAO e cinco para os iniciadores do projecto que são a CEDEAO, a UEMOA, a UNESCO, o ECOBANK e Cabo Verde.
Pelo menos oito membros do CA, ou seja 40 por cento, serão mulheres", precisou o chefe da diplomacia cabo-verdiana.
"Estamos particularmente atentos à representação dos jovens de menos de 45 anos de idade, das diferentes disciplinas de pesquisa, das diferentes sensibilidades e da sociedade civil no CA", acrescentou.
Apresentando as vantagens esperadas da criação do IAO, Brito considerou que ela vai ajudar a tomar decisões mais pertinentes no domínio da integração regional.
"Não temos dúvida que a integração regional é um factor de desenvolvimento.
A nossa abordagem foi até agora tomar medidas ad hoc ditadas pelas circunstâncias e pelos interesses imediatos.
Com o IAO, vamos ultrapassar uma nova etapa", assegurou.
"O arranque das actividades do Instituto vai permitir dispor duma perícia afinada que vai esclarecer a decisão política e analisar mais eficazmente a problemática da integração regional", acrescentou.
Evocando as vantagens específicas do IAO para o país anfirião, ele afirmou que a escolha de Praia como sede conforta o sentimento de pertença dos Cabo- Verdianos à comunidade oeste-africana.
"A nossa insularidade faz com que às vezes a percepção de pertença à comunidade regional é menos forte.
Com o IAO, estamos confortados não só na nossa adesão ao processo de integração mas também, e sobretudo, na posição de partilhar com a sub-região o nosso capital de experiência em matéria de boa governação e democracia", declarou Brito.
Criado por uma resolução da 35ª Conferência da UNESCO, enquanto instituto de categoria 2 da agência onusina, o IAO beneficia do apoio dos 15 Estados- membros da CEDEAO, da UEMOA e do ECOBANK, escolhido como parceiro privado.