Agência Panafricana de Notícias

Duas ilhas cabo-verdianas candidatas à classificação de reservas da biosfera mundial

 

Praia, Cabo Verde (PANA) - As ilhas cabo-verdianas do Maio e do Fogo foram pré-selecionadas, pela Organização das Nações Unidas para Educacao Ciência e Cultura (UNESCO), para a classificação de reservas da biosfera, anunciou quinta-feira o primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva.

Porém, a decisão final deverá ser conhecida durante a 32.ª Sessão do Conselho Internacional de Coordenação do Programa Homem e Biosfera (MaB-ICC), em novembro  próximo, deu a conhecer o chefe do Governo cabo-verdiano, numa nota publicada quinta-feira nas redes sociais.

A seu ver, esta certificação internacional da UNESCO será "um veículo de autopromoção e criação de oportunidades de desenvolvimento socioeconómico", em particular no setor do turismo sustentável, na conservação e no uso sustentável de recursos naturais, culturais, históricos e patrimoniais.

Neste sentido, o governante garante que os impactos sobre Cabo Verde, particularmente nas duas ilhas, são evidentes.

Ulisses Correia Silva, que participou numa reunião de concertação sobre a estratégia nacional de implementação das reservas de Biosfera da UNESCO do Maio e do Fogo, agradeceu a Organizações Não Governamentais (ONG) o trabalho que estão a desenvolver um pouco por todo o país, “com empenho e dedicação” na defesa e conservação do ambiente.

Por sua vez, o ministro cabo-verdiano da Agricultura e Ambiente, Gilberto Silva, disse estar “convicto” da classificação das ilhas do Maio e do Fogo como reservas mundiais da biosfera da UNESCO.

O governante adiantou que, com esta classificação, Cabo Verde passará a ter, pela primeira vez, reservas mundiais da biosfera e juntar-se-á a 101 reservas existentes no mundo, sendo 28 no continente africano.

No processo de candidatura de Cabo Verde, Gilberto Silva enalteceu a cooperação de “excelência” com Portugal, a articulação institucional entre os ministérios, as parcerias do Governo e autarquias, bem como o engajamento das forças vivas da sociedade e das ONG pró-ambientais.

De acordo com o ministro, a possível classificação de Cabo Verde constitui um “orgulho” e tambem mais responsabilização na proteção ambiental, que integra todo o sistema do ordenamento do território com os desafios do desenvolvimento nacional e local, tendo o homem e a cultura no centro, em harmonia com a natureza.

“Nós temos que dar a garantia da integração das atividades humanas de forma harmoniosa com a natureza (…). Toda a riqueza natural, humana e geológica constitui o acervo mundial que será protegido em benefício dos residentes e dos visitantes”, explicou.

Referindo-se aos ganhos, após a declaração destas duas ilhas como reservas mundiais da biosfera, Gilberto Silva destacou a maior visibilidade do país, a melhor conservação dos ecossistemas, a manutenção da qualidade das paisagens e dos recursos naturais e o aprofundar do consenso entre os objetivos de preservação ambiental e cultural e os de desenvolvimento económico.

“Vamos afirmar muito mais a nossa identidade, os nossos valores, as nossas tradições, sobretudo as tradições locais, e promover muito mais formação e sensibilização da sociedade civil sobre a problemática ambiental e ecológica”, acrescentou.

As candidaturas das ilhas do Maio e do Fogo foram analisadas pelo Comité Consultivo Internacional para as Reservas da Biosfera (IACBR), em abril último, e recomendadas para serem apreciadas e aprovadas na 32.ª Sessão do MaB-ICC, que decorrerá em formato on-line, em outubro de 2020.

Cabo Verde submeteu pela primeira vez as candidaturas das ilhas do Maio e Fogo, em outubro de 2019, em Paris (França), devendo  a decisão final ser conhecida em novembro próximo.

As reservas da biosfera têm como principais objetivos dar visibilidade ao território, manter a qualidade ambiental da paisagem e dos recursos naturais, aprofundar o consenso entre os objetivos de preservação ambiental e cultural com os de desenvolvimento económico e social do território, afirmar a identidade, valores, tradições e cultura local, bem como promover a formação e a sensibilização de toda a sociedade civil.

-0- PANA CS/DD 11junho2020