Agência Panafricana de Notícias

Dois jornalistas mortos em Mogadíscio

Nairobi, Quénia (PANA)- Dois jornalistas somalís foram mortos sexta-feira em Mogadíscio, na Somália, em 24 horas, num violento ataque, segundo o Comité para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), que cita jornalistas locais.

Trata-se de Abdirahman Mohamed, de 26 anos de idade, jornalista para Ciyaarahammanta (um site web desportivo) e Ahmed Abdulahi, jornalista da Agência de Notícias Iemenita (SABA), de acordo com comunicado do CPJ divulgado no fim de semana em Nova Iorque.

O texto indica que residentes de Mogadísico encontraram quinta-feira o corpo do primeiro decapitado perto dum restaurante em Suga Hoalaha, um mercado de gado situado no distrito de Huriwa.

Desconhecidos armados raptaram-no no mesmo dia enquanto este último visitava parentes, contaram seus colegas.

Abdirahman foi encontrado com as mãos amarradas nas costas e com a cabeça cortada e colocada em cima do seu peito .

O motivo deste assassinato, ainda não reivindicado por nenhum dos grupos islamitas terroristas, continua desconhecido, segundo o CPJ que assegura ter aberto um inquérito para determinar se este crueldidade está ligado à sua profissão de jornalista.

"Instamos as autoridades somalís a fazerem investigações sobre o assassinato de Abdirahman Mohamed em Mogadíscio, uma zona sob o controlo governamental", declarou o diretor da seção Africa Oriental do CPJ, Tom Rhodes.

"Este ano é o mais perigoso para os jornalistas somalís e a violência tem repercussões evidentes sobre as capacidades e a vontade dos jornalistas de recolher e divulgar informações", sublinhou.

Quanto a Ahmed Abdulahi, homens não identificados, mas fardados, mataram-no a tiro, segundo seus colegas somalis e informações dadas pela imprensa local.

Ele deslocava-se ao trabalho a bordo de um autocarro quando uma disputa eclodiu entre o motorista e um grupo de milicianos postados num posto de controlo, de acordo com as mesmas fontes.

Milicianos armados dispararam contra o autocarro e Abdulai foi atingido na cabeça e morreu de imediato e não se sabe se uma outra pessoa pereceu na mesma ocasião, disse o comunicado.

O CPJ lembra que 10 jornalistas foram mortos na Somália este ano por causa da sua profissão e quatro outros perderam a vida em idênticas circunstâncias na semana finda só em Mogadíscio em 24 horas.

Vários jornalistas indicaram ter suspenso provisoriamente o seu trabalho devido a ataques, assinalou a instituição incumbida de proteger os profissionais da imprensa.

O CPJ considera a Somália como o país mais perigoso para a prática do jornalismo em África.

-0- PANA MA/NFB/JDG/SOC/MAR/DD 30set2012